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Denúncias contra postos de gasolina subiram em média 95% em 2022 no DF

De acordo com o Procon-DF, os principais motivos das autuações nos postos foram publicidade enganosa e problemas na divulgação dos preços

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Placa com preço de gasolina em promocao Aumento no preço dos combustíveis. No pagamento pelo crédito, o preço do litro da gasolina comum ultrapassou a marca de R$ 8 em alguns postos do Distrito Federal
1 de 1 Placa com preço de gasolina em promocao Aumento no preço dos combustíveis. No pagamento pelo crédito, o preço do litro da gasolina comum ultrapassou a marca de R$ 8 em alguns postos do Distrito Federal - Foto: Gustavo Moreno/Metrópoles

A quantidade de denúncias contra postos de combustíveis recebidas pelo Instituto de Defesa do Consumidor do Distrito Federal (Procon-DF) aumentou, em média, 95% neste ano. Nos 12 meses de 2021, consumidores registraram 92 denúncias. E apenas nos primeiros cinco meses de 2022 foram 74 comunicações por diferentes razões — não houve especificação dos temas.

Isso significa que a média do ano passado era de 7,6 registros por mês. Já neste ano, a média mensal subiu para 14,8. Em todo o ano de 2020 foram 66 denúncias e, em 2019, 55.

De acordo com o Procon-DF, o número de fiscalizações nos postos também aumentou proporcionalmente. Em 2021 o órgão teve de vistoriar 180 estabelecimentos — média de 15 por mês. Neste ano, de janeiro a maio, 102, o que dá uma média de 20,4. Isto é, aumento de 36%. Em 2020 houve 182 fiscalizações e, em 2019, 45.

Em relação às autuações por infração, o Procon-DF aplicou 30 penalidades em postos de gasolina neste ano. Em 2021 o registro era de 71; em 2020, 117; e em 2019, 23.

Ainda segundo o Procon, os principais motivos das notificações nos últimos anos foram por publicidade enganosa e problemas na divulgação dos preços.

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Monitoramento dos preços

Em nota, o Instituto de Defesa do Consumidor ressaltou que o preço cobrado pelo combustível é livre e não há tabelamento. “Não existe limite imposto pela agência reguladora ao valor que pode ser cobrado pelos postos de combustíveis.”

Entretanto, o Procon insiste que, no atual cenário econômico, a elevação dos preços dos produtos seja reflexo de repasses de custos e não aumento da margem de lucro.

“Por isso, o órgão está atento ao comportamento dos postos em relação à dinâmica dos preços. Qualquer aumento repentino de preço tem sido monitorado pelo órgão. O consumidor também pode colaborar com o Procon para tentar coibir qualquer prática abusiva, com o envio de foto e endereço do estabelecimento para o e-mail 151@procon.df.gov.br“, destaca.

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Há quatro tributos que incidem sobre os combustíveis vendidos nos postos: três federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins) e um estadual (ICMS)
No caso da gasolina, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a composição do preço nos postos se dá por uma porcentagem em cima de cada tributo
O preço na bomba incorpora a carga tributária e a ação dos demais agentes do setor de comercialização, como importadores, distribuidores, revendedores e produtores de biocombustíveis
Além do lucro da Petrobras, o valor final depende das movimentações internacionais em relação ao custo do petróleo, e acaba sendo influenciado diretamente pela situação do real – se mais valorizado ou desvalorizado
A composição, então, se dá da seguinte forma: 27,9% – tributo estadual (ICMS); 11,6% – impostos federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins); 32,9% – lucro da Petrobras; 15,9% – custo do etanol presente na mistura e 11,7% – distribuição e revenda do combustível
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O preço da gasolina tem uma explicação! Alguns índices são responsáveis pelo valor do litro de gasolina, que é repassado ao consumidor na hora de abastecer

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Há quatro tributos que incidem sobre os combustíveis vendidos nos postos: três federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins) e um estadual (ICMS)

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No caso da gasolina, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a composição do preço nos postos se dá por uma porcentagem em cima de cada tributo

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O preço na bomba incorpora a carga tributária e a ação dos demais agentes do setor de comercialização, como importadores, distribuidores, revendedores e produtores de biocombustíveis

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Além do lucro da Petrobras, o valor final depende das movimentações internacionais em relação ao custo do petróleo, e acaba sendo influenciado diretamente pela situação do real – se mais valorizado ou desvalorizado

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A composição, então, se dá da seguinte forma: 27,9% – tributo estadual (ICMS); 11,6% – impostos federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins); 32,9% – lucro da Petrobras; 15,9% – custo do etanol presente na mistura e 11,7% – distribuição e revenda do combustível

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O disparo da moeda americana no câmbio, por exemplo, encarece o preço do combustível e pode ser considerado o principal vilão para o bolso do consumidor, uma vez que o Brasil importa petróleo e paga em dólar o valor do barril, que corresponde a mais de R$ 400 na conversão atual

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A alíquota do ICMS, que é estadual, varia de local para local, mas, em média, representa 78% da carga tributária sobre álcool e diesel, e 66% sobre gasolina, segundo estudos da Fecombustíveis

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O que diz o Sindicombustíveis

Ao Metrópoles o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do DF (Sindicombustíveis), Paulo Tavares, comentou sobre os principais motivos para denúncias e autuações dos postos e disse que “a questão dos aplicativos e de possíveis descontos é o que tem dado mais desgaste”. Segundo ele, o sindicato apoia o Procon em relação a isso.

“Já teve uma nota técnica publicada pelo Ministério Público junto com o Procon, que diz que não pode usar placa com preço para chamar o cliente. Pode usar o cashback, dizendo que tem direito a um retorno de dinheiro, ou o desconto de até 5%, por exemplo, mas não pode colocar o preço. Porque o revendedor pega a placa com o preço cheio e a placa com o desconto de 5%, que é um desconto menor, e o cliente entra para abastecer achando que vai ter aquele preço menor e não tem. Ele precisa rodar muito, precisa ter aplicativo e tudo mais, e isso realmente não tem previsão legal”, comentou.

“O Sindicato não é a favor disso e compactua com o Ministério Público. Já tiveram multas e as providências foram tomadas, mas, infelizmente, alguns revendedores ainda insistem em manter a atitude. Não concordamos com isso, repudiamos isso e as providências precisam ser tomadas pelos órgãos competentes”, reforçou Paulo Tavares.

Preços

Após mais uma alta, o preço do litro da gasolina comum deve voltar a ficar abaixo dos R$ 7 ao longo dos próximos dias no Distrito Federal. Com vetos, o presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou o projeto de lei que limita o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis, gás natural, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo.

Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis (Sindicombustíveis) do DF, Paulo Tavares, o projeto também alivia o peso de outros impostos, como PIS e Cofins. Com isso, o preço da gasolina e do etanol pode reduzir de R$ 1 a R$ 1,20, dependendo da pauta do ICMS adotada pelos estados e DF.

“Dentro dos próximos dias, apenas com o PIS e Cofins, veremos uma redução de, aproximadamente, R$ 0,69, na gasolina comum, e de R$ 0,24, no etanol. Lembrando que tudo vai depender dos estoques. A redução não atinge o produto que já está nos postos”, pontuou Tavares.

O impacto do ICMS será definido na reunião Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), composto pelos secretários de Economia dos estados e do DF. Eles definiram qual será a pauta do ICMS adotada para a aplicação da redução.

Estados e DF podem escolher aplicar os patamares de novembro de 2021 ou os atuais, cujos impactos seriam de, respectivamente, R$ 1,20 ou R$ 1. “Acreditamos que eles vão reajustar para os valores atuais, já que, de novembro para cá, houve reajustes a maior, provocados pela Petrobrás”, comentou Tavares.

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