Dengue no DF: Hospital de Campanha da FAB é inaugurado em Ceilândia
Com a estimativa de realizar 600 atendimentos por dia, a unidade está instalada ao lado da UPA I de Ceilândia, no Setor P Norte
atualizado
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O Hospital de Campanha (HCAMP) da Força Aérea Brasileira (FAB) começou a funcionar na manhã desta segunda-feira (5/2), no Distrito Federal. Com a estimativa de realizar 600 atendimentos por dia, a unidade está instalada ao lado da UPA I de Ceilândia, no Setor P Norte.
O hospital possui 60 leitos e atenderá pacientes com dengue 24 horas por dia. Ao todo, 29 militares profissionais de saúde vão atuar na unidade, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e de laboratório.
A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), esteve presente na inauguração e disse que os pacientes vão começar a ser atendidos por volta das 11h. Inicialmente, a previsão era de que a unidade começasse a operar nesta terça-feira, mas o serviço foi antecipado.
“Era uma previsão de começar a montagem na segunda e isso realmente se antecipou. Então, a população de Brasília, no nome do nosso governado Ibaneis, do nosso time, da nossa secretária, é um dia de agradecimento, porque logo daqui a uma hora, mais ou menos, essa área que todinha estará pronta pra atender mais ou menos 600 pessoas por dia. isso vai ser muito importante para nos dar uma retaguarda melhor nos outros atendimentos nos hospitais. Diminui a pressão nos outros hospitais para que a gente possa cuidar dos casos mais graves, com mais tranquilidade”, destacou Celina.
De acordo com a comandante do HCAMP, Major Juliana Vandesteen, a unidade será responsável pelo atendimento de pacientes com casos de dengue mais leves.
“O paciente vai chegar, vai ter o primeiro acolhimento e ser conduzido para a triagem. Nossa equipe vai estar fazendo uma triagem numa sala do hospital, que está bem em frente de onde a estrutura está montada. Vai ser feita a triagem e ali vai ser direcionado. Caso suspeita de dengue leve, vai vir para o nosso atendimento. A gente tem condição de manter o paciente em hidratação por até 24 horas aqui”, detalha a comandante.
A expectativa é de que o hospital funcione, inicialmente, pelo período de 45 dias. De acordo com o mais recente informe epidemiológico de dengue, desde o início do ano, foram 29,5 mil casos de dengue notificados na capital federal. As regiões de Ceilândia e Sol Nascente/Pôr do Sol concentram a maior parte dos episódios, com 8.896 notificados.
O HCAMP tem, ainda, um centro de emergência, interligado por dois túneis. Um se comunica com a tenda de laboratório, onde serão feitos a coleta e os exames para diagnóstico de dengue, assim como acompanhamento do tratamento. O outro levará ao espaço de hidratação, que tem dois setores separados – pediátrico e adulto.
Segundo o brigadeiro Braga, a FAB foi acionada na última quarta-feira (31/1) pelo Governo do Distrito Federal para dar apoio com o HCAMP. “Nossa grande característica é a mobilidade e a pronta resposta. Ainda na sexta-feira (2/2), nossa equipe já estava mobilizada aqui com todo o material necessário para iniciar a montagem da unidade. A nossa intenção aqui é somar nesse combate a dengue e diminuir os casos, uma vez que Ceilândia é a cidade com maior número de casos no DF”, comentou.
Montado em tempo recorde, a estrutura foi levantada com o objetivo de auxiliar o Governo do Distrito Federal (GDF) no combate à dengue. Segundo a pasta, a iniciativa ajudará a ampliar o acesso ao atendimento médico aos pacientes com a doença.
A mobilização para a montagem do hospital teve início na sexta-feira (2/2). No mesmo dia, a aeronave KC-390 Millennium, da FAB, também realizou o transporte de insumos e de militares para viabilizar o funcionamento da unidade.
Sinais de alarme
Até 27 de janeiro de 2024, o Distrito Federal registrou 511 casos de dengue com sinais de alarme — sintomas que podem indicar evolução grave da doença. O índice é 1.116% maior do que os 42 casos do tipo computados no mesmo período do ano passado.
Os dados constam no último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde do DF na quinta-feira (1º/2). Segundo o documento, os casos com sinais de alerta notificados este ano já ultrapassam os 500 registrados em todo 2023.
Os sinais de alarme incluem sintomas como vômito persistente, dor abdominal intensa, sangramentos de mucosas, dor no fígado e queda de pressão. Caso um paciente apresente um desses indícios ou mais, há um risco de a doença evoluir para a necessidade de hospitalização, e o paciente corre risco de óbito.