1 de 1 Arte mosquito da dengue e coronavírus
- Foto: Yanka Romão / Metrópoles
Desde o início de 2024, a rede pública de saúde do Distrito Federal realizou mais de 20 mil atendimentos relacionados à dengue. Desses, mais de 2 mil foram de crianças. Para os pacientes de 10 a 14 anos, os atendimentos por dengue corresponderam a mais de 21% do total de consultas realizadas em 2024 para essa faixa etária.
De acordo com o InfoSaúde, portal de dados da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), as crianças de até 14 anos correspondem a 2.012 atendimentos por dengue deste ano — 9,91% do total de consultas do tipo. Em janeiro do ano passado, esse grupo tinha registrado apenas 222 atendimentos relacionados à doença.
Em 2024, foram 991 assistências para a faixa etária de 10 a 14 anos; 656 para as crianças de 5 a 9 anos; e 365 para as de 4 anos ou menos — sendo 47 consultas para bebês com menos de um ano de vida.
Durante as três primeiras semanas do ano, foram registradas duas mortes por dengue, sendo os pacientes do sexo masculino. As vítimas tinham 5 e 71 anos, ambas com comorbidades. Além das duas mortes confirmadas, outros 12 óbitos estão em investigação.
No ano passado, de janeiro até setembro, o DF não havia registrado nenhuma morte sequer por dengue. Após esse período até o fim de dezembro, ocorreram nove óbitos em decorrência da doença.
Situação no DF
Segundo o boletim epidemiológico mais recente, divulgado nesta quinta-feira (18/1), o DF recebeu a notificação de 7.614 casos prováveis de dengue, sendo 96,3% residentes no DF. O valor representa um aumento de 435% quando comparado ao mesmo período de 2023.
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A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com maior incidência no verão, tem como principais sintomas: dores no corpo e febre alta. Considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, a doença pode levar o paciente à morte
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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias
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A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos
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No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses
micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles -- ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes
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Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos
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No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte
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Nos quadros graves, os sintomas são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, ou dor quando o abdômen é tocado, perda de sensibilidade e movimentos, urina com sangue, sangramento de mucosas, tontura e queda de pressão, aumento do fígado e dos glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue
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Nestes casos, os sintomas resultam em choque, que acontece quando um volume crítico de plasma sanguíneo é perdido. Os sinais desse estado são pele pegajosa, pulso rápido e fraco, agitação e diminuição da pressão
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Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O choque tem duração curta, e pode levar ao óbito entre 12 e 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada
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Apesar da gravidade, a dengue pode ser tratada com analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica, tais como paracetamol ou dipirona para aliviar os sintomas
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Para completar o tratamento, é recomendado repouso e ingestão de líquidos. Já no caso de dengue hemorrágica, a terapia deve ser feita no hospital, com o uso de medicamentos e, se necessário, transfusão de plaquetas
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Como forma de combate ao aumento de casos da doença, o Governo do Distrito Federal (GDF) vai instalar tendas de atendimento em nove regiões para atender pessoas com suspeita de dengue. Os pontos vão funcionar das 7h às 19h, inicialmente por 45 dias, ao lado das administrações.
As tendas vão ser colocadas nas cidades de: Ceilândia, Sol Nascente/Pôr do Sol, Samambaia, Sobradinho, São Sebastião, Estrutural, Recanto das Emas, Brazlândia e Santa Maria. Nelas, a população vai poder acessar atendimentos, testes, contar com hidratação. A ideia é começar as ações no sábado (20/1) e transformar todo dia em “Dia D” no combate à doença.
Sintomas e tratamento
A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. O vírus é transmitido pela picada da fêmea do Aedes aegypti, um mosquito urbano e diurno que se reproduz em depósitos de água parada.
Desta forma, o período do ano com maior transmissão da doença ocorre nos meses mais chuvosos. O acúmulo de água parada contribui para a proliferação do mosquito e, assim, para a maior disseminação da doença.
Os principais sintomas da dengue são:
Febre alta
Dor no corpo e articulações
Dor atrás dos olhos
Mal estar
Falta de apetite
Dor de cabeça
Manchas vermelhas no corpo
Como a dengue é uma doença viral, o tratamento é feito para aliviar os sintomas, por meio da prescrição de antitérmicos, ingestão de líquidos e repouso. Portanto, ao primeiro sinal dos sintomas, procure a UBS ou o serviço médico mais próximo de você. No DF, são 175 UBSs, sendo que 33 delas estão localizadas em zonas rurais.
Prevenção
De acordo com o Ministério da Saúde, o controle do vetor Aedes aegypti é o principal método para a prevenção e controle para a dengue e outras doenças. Deve-se reduzir a infestação de mosquitos por meio da eliminação de criadouros sempre que possível e manter qualquer local que possa acumular água totalmente cobertos, impedindo que os ovos do mosquito sejam depositados.
O órgão ressalta a importância também de medidas de proteção individual para evitar picadas de mosquitos devem ser adotadas por viajantes e residentes em áreas de transmissão. “A proteção contra picadas de mosquito é necessária principalmente ao longo do dia, pois o Aedes aegypti pica principalmente durante o dia”, indica o ministério.
O Ministério da Saúde recomenda as seguintes medidas de proteção individual:
Proteger as áreas do corpo que o mosquito possa picar, com o uso de calças e camisas de mangas compridas
Usar repelentes adequados e seguros
A utilização de mosquiteiros sobre a cama, uso de telas em portas e janelas e, quando disponível, ar-condicionado.
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