Vídeo: demolição de prédio altera rotina de moradores da Asa Sul
O edifício que pertencia a embaixada da Inglaterra estava há aproximadamente dois anos sem utilidade e foi vendido para uma construtora
atualizado
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A demolição de um prédio residencial na 403 Sul chamou atenção de moradores de Brasília, na manhã desta segunda-feira (6/11). O edifício, que inicialmente pertencia a embaixada da Inglaterra, estava há aproximadamente dois anos sem utilidade e foi vendido para uma construtora. A estimativa é que o processo de derrubada da estrutura seja concluído em até 30 dias.
Valéria Vargas, 58, aposentada da área da saúde e moradora do local, não gostou nada da mudança e tem se queixado da falta de transparência dos responsáveis pela obra. “Causou um transtorno imenso, hoje fui acordada pelo barulho da máquina”, disse. “Acredito que tem faltado transparência da empresa, falta proximidade entre os responsáveis e a população”, acrescentou. Além do barulho, a quantidade de poeira tem incomodado outros moradores da região.
Nas redes sociais, o arquiteto e urbanista Matheus Carvalho publicou o vídeo e fotos da demolição. Ao final do dia, fez postagens e mostrou também de como terminou a primeira etapa da derrubada.
Segundo o arquiteto, o prédio foi projetado por William Bryant e construído em 1962, pouco tempo depois de Brasília. Inicialmente, tinha 18 apartamentos, posteriormente transformados em 12 unidades.
“O projeto do bloco é bem antigo, é de 1962 e a inauguração se deu em 1968, então é um projeto quase tão antigo quanto Brasília em si. Nesses 63 anos de Brasília, é a primeira vez que a gente está vendo um bloco da superquadra sendo inteiramente demolido para dar lugar a um prédio completamente novo, com outro projeto, por outra estrutura e com outro propósito”, afirma Carvalho.
O arquiteto comenta sobre o bloco ser um dos poucos imaginados por um projeto internacional: “Não deixa de ser uma perda para a cidade porque a gente perde essa visão, e interpretação do que é uma arquitetura tipicamente brasiliense sob um olhar estrangeiro”.
Veja o vídeo do prédio sendo demolido:
Vinícius Santos, 46, síndico do prédio que fica de frente à edificação demolida, explica que foi informado sobre todo o processo, desde o licenciamento da demolição. “Como o prédio já estava sem utilidade, a empresa responsável teve o interesse e comprou o lugar. Demorou até eles conseguirem a licença do canteiro de obras para dar continuidade ao processo, mas depois de adquirirem a licença, eles podem fazer o que bem entendem, desde que estejam dentro da lei” explicou. Uma visita foi feita em 30 de outubro e logo a construtora procurou os síndicos, por meio de um ofício, para informar que as obras seriam iniciadas já nesta segunda.
Demolição
Quando perguntado sobre algum percalço com os responsáveis pelo desabamento, Vinícius cita um pequeno atrito. “As obras devem ser feitas das 8h às 18h, mas no sábado tivemos um problema, porque a empresa terceirizada, responsável pela demolição, estava colocando as grades protetoras às 7h da manhã. Tive que chamar a polícia”, detalhou.
Vinícius diz que a empresa também prometeu colocar uma tela para evitar que pedras atingissem a calçada, o que ainda não foi feito. A empresa informou aos moradores que um novo edifício será erguido no lugar no prazo de 2 anos.
Funcionário da empresa e encarregado pela operação, Luiz Almeida, 60, diz que a obra está sendo estudada há muito tempo. Porém, ele informa que não tem previsão de quando os entulhos serão retirados do local. “Enquanto o prédio estava sem atividades, um estudo já estava sendo feito”, explicou. “Por enquanto, a gente só faz a quebra das paredes, para depois retirar os entulhos deixados. Mas esperamos que em 30 dias tudo esteja pronto”, acrescentou Luiz.