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Demolição de casarão histórico em Planaltina causa revolta

Casa da Dona Negrinha, que fica no Setor Tradicional da cidade, foi derrubada, o que gerou polêmica

atualizado

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1 de 1 casa - Foto: Adm Planaltina/Reprodução

Moradores de Planaltina se revoltaram com a demolição, nessa quarta-feira (30/9), de um casarão histórico localizado no Setor Tradicional da cidade, conhecido como Casa da Dona Negrinha. A casa é de propriedade particular, mas faz parte da área de tutela do tombamento do museu da cidade, o que deveria impedir a ação.

Fotos e vídeos nas redes sociais mostram o momento da derrubada. Uma escavadeira é utilizada para demolição completa do imóvel. “Para a gente que é do ativismo, ver perder um símbolo histórico da cidade é muito triste”, diz Simone Macedo, presidente da Associação dos Amigos do Centro Histórico de Planaltina (AACHP).

Segundo ela, não se justifica a demolição. “Quem compra sabe que não pode mexer na fachada. Além disso, é responsabilidade do governo fiscalizar e evitar que isso aconteça”, ressalta.

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Nesta semana uma das portas cedeu
Poucos dias depois, a casa foi demolida
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Casa era marco histórico em Planaltina

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Nesta semana uma das portas cedeu

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Poucos dias depois, a casa foi demolida

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A Administração de Planaltina informou, em nota, que não sabia da ação e não poderia tomar providência alguma. “Lamentavelmente uma construção da nossa história se despediu de uma forma triste nesta manhã. O proprietário da casa antiga, localizada na Avenida Salvador Coelho, escolheu demolir a construção. Ressaltamos que essa propriedade se trata de uma propriedade particular e que nós enquanto administração não temos poder sobre a construção e que também fomos pegos de surpresa”, afirmou.

O dono da construção não foi localizado pelo Metrópoles. A informação, no entanto, que circula é de que ele teria feita a derrubada após a Defesa Civil ter condenado a estrutura da casa centenária.

Procurada, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec), informou que a casa é um imóvel particular, “fechado há mais de uma década, que vinha sofrendo lenta degradação por falta de manutenção preventiva e corretiva”.

Segundo a nota da pasta, foi enviada uma notificação para a Administração de Planaltina informando o desabamento da fachada, notícia que foi repassada ao dono do imóvel. “Lamentavelmente fomos surpreendidos com a demolição de toda a estrutura, determinada pelo proprietário. A Secec solicitará o acionamento das instâncias administrativas, fiscalizadoras e jurídicas competentes, para proceder às medidas necessárias à apuração do ocorrido, assim como à aplicação das medidas legais cabíveis, considerando tratar-se de crime contra o patrimônio cultural”, destacou.

Distritais reclamam

Após a derrubada do casarão histórico em Planaltina, a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) retomou a discussão para a criação da Fundação de Defesa do Patrimônio do DF. Nessa quarta-feira (30/9), o líder do governo na Casa, deputado Cláudio Abrantes (PDT), lamentou a derrubada. “[A demolição] Me deixou muito triste e está chocando a comunidade de Planaltina”, lamentou o parlamentar.

A derrubada sensibilizou outros parlamentares, como Arlete Sampaio (PT), Leandro Grass (Rede) e Fábio Felix (PSol). Felix voltou a defender o tombamento de toda cidade de Planaltina. “O que aconteceu hoje em Planaltina é um crime contra a memória histórica e cultural do DF. A obrigação de preservar o patrimônio cultural e histórico é do GDF e vamos cobrar que não somente os responsáveis por essa derrubada sejam responsabilizados, mas também os gestores que podendo agir, não agiram”, argumentou.

Segundo Arlete Sampaio, demolir um prédio numa área tombada é um crime. “É preciso apurar as responsabilidades, penalizar o responsável e reconstruir o imóvel com o mesmo estilo que existia antes”, afirmou.

A distrital registrou que o antigo Departamento de Patrimônio Histórico e Artístico do Distrito Federal (Depha-DF), que cuidava da preservação do patrimônio do Distrito Federal, foi desativado, existindo hoje apenas a Subsecretaria do Patrimônio Cultural (Supac), dentro da Secretaria de Cultura, para tratar da manutenção de prédios históricos das regiões administrativas.  “Daí a necessidade de se criar uma fundação. “Mas antes de distribuir cargos, o governo deveria criar a estatuto da fundação”, sugeriu.

A Setorial de Cultura e Cidade do Partido Socialismo e Liberdade (PSol) também repudiou a derrubada. E classificou a ação como “mais um ato contra o patrimônio Cultural do DF e nacional, que causou, além da perda deste importante e simbólico bem, enorme dano ao conjunto histórico do único assentamento urbano centenário do DF”.

 

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