Delegacias do DF não têm sabonete nem álcool em gel em banheiros
No auge da pandemia de coronavírus, Sinpol faz vistoria nas unidades e não encontra elementos mínimos de higiene para as mãos
atualizado
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Mesmo com a curva ascendente de casos confirmados de coronavírus no DF, o Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) afirma ter constatado falta de preparo nas delegacias da capital. Responsáveis por receber centenas de pessoas todos os dias, as unidades da Polícia Civil do DF (PCDF) não têm nem sequer recipiente para colocar sabonete nos banheiros. Falta, ainda, álcool em gel.
O governo tem afirmado com frequência que a única maneira de frear o contágio da Covid-19 é por meio da higiene, mas a entidade representativa alega que a realidade nas delegacias de polícia é diferente.
A diretoria do sindicato esteve nesta quinta-feira (19/03) em diferentes unidades e postos de identificação, a fim de fiscalizar a rotina de agentes, escrivães e delegados.
Segundo o Sinpol, recentemente, foi encerrado o contrato com empresa que prestava serviços terceirizados de limpeza à instituição e, com isso, foram retirados de todos os banheiros os dispensadores de sabonete líquido e de papel toalha.
“Esses itens, desde então, ou não são disponibilizados ou são colocados em locais inadequados, como em cima das próprias pias ou no parapeito das janelas. Isso ocorre tanto nos banheiros para o público externo, quanto nos internos, voltados aos servidores – expondo a contaminação todas as pessoas que frequentem as delegacias da capital do país”, diz nota da entidade.
Medidas paliativas
Para tentar se proteger, os policiais civis, de forma voluntária, estão colocando fitas e aumentando as distâncias entre as baias de atendimento.
Em algumas unidades, as cadeiras para o público em espera também foram movidas para a área externa. Dessa forma, consegue-se uma melhor ventilação para as pessoas que aguardam atendimento em delegacias que são antigas e, por vezes, não bem arejadas, a exemplo da 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro), a 17ª DP (Taguatinga Norte) e a 35ª DP (Sobradinho II).
Pedidos
Após a vistoria e diante de um trabalho realizado pelo Sinpol desde fevereiro deste ano, o Sinpol sugere, na nota, algumas medidas. Confira alguns dos pedidos:
Distribuição urgente de equipamentos de proteção individual, tais como luvas, máscaras e álcool em gel a 70%;
Autorização do registro e atendimento de plantão apenas a casos graves, como aqueles envolvendo morte, estupro, sequestro, roubos de veículos e flagrantes;
Divulgação em meios de comunicação que o registro de ocorrências deverá ocorrer pela Delegacia Eletrônica;
Ampliação das naturezas de ocorrências passíveis de registro eletrônico;
Manter o número mínimo de seis policiais civis nas equipes de plantão, para atendimento de diligências internas e externas;
Autorização dos policiais do plantão a informar que o registro de ocorrências deverá ocorrer, prioritariamente, por meio eletrônico;
Implementação das equipes de delegacia eletrônica com o mínimo de três policiais, por turno de trabalho;
Suspensão de todas as oitivas e interrogatórios;
Suspensão dos autos de reconhecimento pessoal;
Autorização dos policiais a inverterem o horário de trabalho, a fim de que possam acompanhar familiares em idade escolar ou idosos que precisem de atenção especial.