“Deixou legado”, diz amigo de enfermeiro vítima da Covid-19 no DF
Geovani Comochena, 37 anos, trabalhava como enfermeiro no DF, mas era natural do Paraná
atualizado
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Familiares e amigos paranaenses de Geovani Comochena, 37 anos, ainda estão consternados com a prematura morte do enfermeiro em decorrência da Covid-19. Sem a possibilidade de realizar o velório em Pato Branco (PR), o corpo da oitava vítima do novo coronavírus foi cremado em Valparaíso (GO), nessa segunda (06/04), e apenas as cinzas serão transportadas até a cidade.
De acordo com o amigo de Geovani desde os tempos de garoto, o vereador Fabrício Preis, 35, a ficha ainda não caiu para ninguém da cidade localizada no sudoeste do Paraná. “Achávamos que ele poderia se recuperar rápido, principalmente por ser jovem, mas parece que a doença está aí mesmo pegando qualquer pessoa”, lamenta.
Fabrício se tornou amigo de Geovani quando os dois frequentavam os encontros de uma igreja da cidade. Segundo o vereador, o enfermeiro era uma pessoa muito tranquila e trabalhadora. “Deixou um legado muito bacana para quem o conheceu”, relata.
Segundo ele, a morte de um pato-branquense serve para alertar a população da cidade sobre os riscos da doença. “As pessoas abriram os olhos, viram que pode acontecer com um amigo ou um membro da família. Houve uma consciência maior agora, com certeza”, comenta.
“Meu eterno amor”, diz viúva
Por meio das redes sociais, Regiane Gomes, viúva do enfermeiro Geovani Comochena, fez um desabafo sobre a morte do companheiro. “Você partiu e a saudade ficou para me lembrar que as memórias e o amor nem a morte consegue roubar. Meu eterno amor. Luto.”
Karla Comochena, parente do enfermeiro, falou ao Metrópoles. “Postei sobre o triste acontecido nas minhas redes sociais para que as pessoas se conscientizem sobre a doença. Eu mesma subestimava a pandemia, mas quando soube desse caso real e na minha família, tive um choque de realidade. O que estava distante, não está mais”, disse.
A Reitoria do Centro Universitário de Pato Branco (Unidep) também prestou uma última homenagem ao profissional da saúde, paranaense que morava em Samambaia.
“O Unidep destaca a valorosa missão do pato-branquense [quem nasce em Pato Branco, no Paraná], que escolheu seguir a carreira de enfermeiro e, atualmente, residia em Brasília”, destacou o centro universitário, em nota.
Comochena trabalhou no Abrigo dos Excepcionais de Ceilândia, que lamentou a morte em seu perfil do Facebook: “Que Deus o receba na glória do senhor e conforte toda sua família. Estamos muito tristes pela sua partida. Obrigado por ter sido uma pessoa maravilhosa com todos nós”.
Um amigo escreveu: “Com muita dor e pesar comunico o falecimento de um grande amigo de infância, em decorrência do coronavírus. Uma grande perda: vai com Deus, meu irmão”.
A mãe, Isabel Comochena, disse, também por meio das redes sociais: “Meu filho, você aguentou o quanto pôde”.