Defesa e acusação batem boca na reta final do julgamento de Adriana
Os dois lados trocaram palavras ríspidas no fim da manhã desta quarta-feira. Um dos advogados acusa o MPDFT de “prevaricação”
atualizado
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O fim da manhã desta quarta-feira (02/10/2019) no julgamento do crime da 113 Sul ficou marcado por tensão e discussões entre a defesa de Adriana Villela e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). O bate-boca aconteceu na hora em que os advogados da arquiteta faziam seus discursos. Adriana é acusada de mandar matar os pais, José Guilherme Villela e Maria Villela, e a doméstica da família, Francisca Nascimento Silva.
Primeiro, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou que uma policial pediu a um investigado para falar, em depoimento, que o crime tinha mandante. Para o advogado da denunciada, o Ministério Público cometeu um crime e prevaricou ao não investigar isso. Ele se refere às supostas atitudes ilícitas da delegada aposentada Mabel Alves de Faria para incriminar Adriana.
O promotor Marcelo Leite Borges, então, solicitou questão de ordem e pontuou que não aceitava a afirmação de Kakay. “O advogado disse que o Ministério Público prevaricou, e nós não permitimos isso”, ressaltou. O procurador Maurício Miranda pediu esclarecimento. Então, Kakay argumentou que o MPDFT estava cortando “o raciocínio e isso é deslealdade com a defesa”.
“Denúncia inepta”
Em outra confusão, o também advogado de defesa Marcelo Turbay frisou que a denúncia feita pelo MPDFT era “inepta”. Neste momento, o procurador Maurício Miranda revidou ao argumentar que se a denúncia era inepta, Turbay também era um “advogado inepto”. A rispidez se deu porque quando uma denúncia é considerada inepta ela não é aceita pelo tribunal.
“Então, o senhor é um advogado inepto. Essa banca não conseguiu provar que é inepta”, bradou Miranda. E houve mais frases fortes. Turbay, por exemplo, disparou contra o promotor: “Doutor Marcelo Leite está sendo traído pela sua angústia”. Maurício Miranda também atacou Turbay: “O senhor é maldoso e leviano”. Ao que Turbay respondeu: “O senhor foi desmascarado e está se exaltando”.
Suspeita
O objetivo do julgamento é saber se Adriana Villela mandou matar os pais e a doméstica da família. Eles foram executados com 73 facadas. Segundo a acusação, Adriana contratou Leonardo Campos Alves, porteiro do edifício onde moravam os pais, para matar as vítimas por R$ 60 mil.
Alves, por sua vez, teria prometido dar R$ 10 mil a Francisco Mairlon Barros Aguiar para executar o crime. Sobrinho de Leonardo, Paulo Cardoso também foi acusado pelo esfaqueamento do trio. Os três foram condenados e estão presos.
A última etapa do rito em plenário começou por volta 9h desta quarta-feira (02/10/2019). A sessão foi iniciada com o MPDFT, que teve uma hora e meia para falar. Em seguida, é a vez dos advogados de defesa, que dispõem do mesmo tempo. No caso de réplica e tréplica, acrescenta-se uma hora para cada parte. No total, portanto, a fase final pode durar cinco horas.
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