Defesa de alvo da Falso Negativo questiona exame e ele não se apresenta
Advogado de Iohan Struck, afastado das funções na Secretaria de Saúde, diz que ele ainda tem sintomas da Covid-19
atualizado
Compartilhar notícia
Investigado por supostamente pertencer a uma organização criminosa instalada na Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Iohan Andrade Struck (foto em destaque), ex-secretário de Administração Geral da pasta, ainda não vai se apresentar ao Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). De acordo com a defesa do alvo, o advogado Alexandre Adjafre, Iohan ainda se encontra em recuperação.
Ele estava com sintomas do novo coronavírus e aguardava resultado de exames. A suspeita, no entanto, foi descartada, nessa terça-feira (1º/9).
Veja a nota da defesa na íntegra, divulgada nesta quarta-feira (2/9):
“Atualmente Iohan ainda encontra-se em recuperação, mas com estado de saúde melhorando a cada dia. Certo que testes de laboratório sofrem diversas influências de estados fisiológicos, patológicos, uso de medicamentos etc. Daí porque é possível (e não tão raro) resultado apresentar falso-positivo ou falso-negativo. Assim sendo, estando ele ainda com alguns dos sintomas, como tosse e ainda um pouco de dificuldade para respirar, e já que teve histórico de contato próximo com indivíduos com casos confirmados, certo que o recomendado por orientação médica é que ele ainda continue isolado até completa recuperação” escreveu Adjafre.
Tratativas
Nessa terça-feira (1º/9), o Metrópoles noticiou que a defesa iria iniciar as tratativas com os promotores para o alvo se apresentar no MPDFT.
Um atestado médico de 10 dias chegou a ser apresentado pelos advogados do secretário afastado. O registro do Hospital Anchieta, de Taguatinga, assinado pelo médico Michel Cometti de Souza, informa que o paciente relatou sintomas como “cefaleia [dor de cabeça] persistente, mialgia [dor muscular], calafrios e febre baixa”, além de ter tido contato com pessoa que teve Covid-19.
Dos sete alvos da segunda fase da Operação Falso Negativo, deflagrada há uma semana pelo MP, Iohan foi o único a não ser preso. Ele não foi encontrado pelos promotores na ocasião. De acordo com o advogado Alexandre Adjafre, o cliente precisou ficar em outro endereço, em isolamento, pois a mulher do secretário afastado passou por um procedimento médico. Como havia suspeita de Covid-19, Iohan preferiu se mudar.
Habeas corpus
As defesas dos integrantes do primeiro escalão da Secretaria de Saúde, presos por suspeita de fraudes na compra de testes rápidos no DF, entraram com habeas corpus nessa segunda-feira (31/8) no Supremo Tribunal Federal (STF).
Também nessa segunda, cinco dos seis membros da cúpula da Secretaria de Saúde foram transferidos para o Complexo Penitenciário da Papuda. Um dos envolvidos, Eduardo Hage Carmo, subsecretário de Vigilância à Saúde, ganhou habeas corpus e foi solto no fim de semana.
A operação do MPDFT prendeu o então secretário de Saúde, Francisco Araújo, e outros cinco integrantes do alto escalão da pasta. O prejuízo estimado aos cofres públicos com as supostas fraudes em contratos para compra de testes rápidos da Covid-19 é de R$ 18 milhões.
Todos os alvos da operação foram afastados em edição extra do Diário Oficial do DF (DODF), publicada ainda na terça.
Confira os nomes dos presos durante a operação:
- Francisco Araújo, secretário de Saúde do DF;
- Ricardo Tavares Mendes, ex-secretário adjunto de Assistência à Saúde;
- Eduardo Hage Carmo, subsecretário de Vigilância à Saúde;
- Eduardo Seara Machado Pojo do Rego, secretário adjunto de Gestão em Saúde;
- Jorge Antônio Chamon Júnior, diretor do Laboratório Central (Lacen);
- Ramon Santana Lopes Azevedo, assessor especial da Secretaria de Saúde (todos foram afastados).