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Defesa de Adriana Villela diz que ela não responderá à acusação

A acusada de ser mandante do crime da 113 Sul afirma que veio para “responder as perguntas”, mas advogados limitam questionamentos

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1 de 1 Julgamento-Villela-1-de-outubro-1 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Adriana Villela chegou ao Tribunal do Júri de Brasília nesta terça-feira (01/10/2019) vestida de branco, com os três advogados, a filha, Carolina, e o irmão, Augusto. No nono dia de julgamento, a arquiteta responderá aos questionamentos da defesa e da acusação. Ela foi denunciada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) como sendo a mandante do triplo homicídio da 113 Sul.

“Eu estou aqui para responder as perguntas de vocês”, afirmou Adriana. Entretanto, a defesa da acusada informou que ela não vai responder nem MPDFT nem assistentes de acusação. Foi um pedido de ordem assim que iniciou a sessão. Ela só falará com juiz, defesa e jurados. O
procurador Maurício Miranda registrou protesto de que o contraditório fica prejudicado.

“Nós entendemos que a prova está pronta e ela vai responder quem tem que responder. Pra as outras partes, ela não vai responder. Pode haver tumulto e isso é ruim para o processo. Isso é uma orientação técnica”, disse Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.

Ele confirmou a importância desta terça-feira, uma vez que Adriana vai falar. “Ela foi massacrada durante todo esse tempo de uma forma cruel e injusta, sem nenhum fiapo de provas contra ela. Com versões desencontradas e polícias divididas além de prisão de delegada. Com uma farsa que foi o tom dessa investigação. É extremamente importante que a ré faça a autodefesa.”

Emocional

Sobre o emocional da ré para o interrogatório, Kakay disse que “Adriana está preparada para isso há 10 anos”. “Costumo dizer que ela morreu duas vezes: no dia que os pais foram mortos com a Francisca e a segunda quando a acusaram sem nenhum tipo de prova”, discursou o advogado.

“Ela tem uma espiritualidade e fé muito grandes e enfrentou tudo com muita dignidade. Tenho muita tranquilidade que hoje ela vai contar a história verdadeira com o coração.” De acordo com o rito do julgamento, o juiz pergunta primeiro, seguido dos promotores e advogados. Os sete jurados, se quiserem, podem fazer questionamentos por meio do magistrado, no final.

Imagens

Na tarde dessa segunda-feira (30/09/2019) o MPDFT fez questão de apresentar aos jurados que decidirão o futuro da ré imagens dos assassinos condenados pelo crime, as quais reforçariam a tese de que ela foi a mandante do homicídio dos pais e da empregada da família, em 28 de agosto de 2009.

Um dos vídeos, gravado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), mostra Leonardo Campos Alves fazendo a reconstituição do caso. “Ela disse que era para eliminar os pais e questionou se eles [os outros condenados] não iriam recuar”, declarou a policiais. Leonardo é ex-porteiro do prédio onde moravam o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela e a advogada Maria Villela, pais de Adriana. A empregada do casal, Francisca Nascimento Silva, também foi executada em 28 de agosto de 2009.

No momento da exibição do conteúdo, Adriana deixou o plenário. Segundo a assessoria, a ré evita ouvir detalhes sobre as mortes dos pais e da empregada da família, em 2009. É também uma estratégia da defesa a fim de preservá-la para o interrogatório, adiado para esta terça-feira (01/10/2019), a partir das 9h.

Dinheiro

Segundo a acusação, Adriana contratou Leonardo para matar os pais por R$ 60 mil. Ele, por sua vez, teria prometido dar R$ 10 mil a Francisco Mairlon Barros Aguiar para executar o crime. Sobrinho de Leonardo, Paulo Cardoso também foi acusado pelo esfaqueamento do trio. Os três foram condenados e estão presos.

O advogado de Adriana, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou à imprensa que os depoimentos selecionados pela acusação são “quase um ato desesperado do Ministério Público”. “Entendo que é desleal, porque deveria ter explicado minuciosamente que são depoimentos posteriores à confissão”, afirmou.

Os advogados também reproduziram algumas mídias e documentos, como um depoimento no qual o irmão de Adriana, Augusto Villela, fala à PCDF. “A Adriana tem conflitos normais com a mãe. A tônica dos conflitos não era dinheiro”, frisou.

Interrogatório

A apresentação de imagens que integram o processo ocorre na etapa chamada de leitura das peças. A defesa tinha aberto mão de levar ao plenário elementos dos autos, mas voltou atrás após o MPDFT manter a indicação dos vídeos.

Durante a tarde e a noite dessa segunda-feira (30/09/2019), o procurador Maurício Miranda e o promotor Marcelo Leite deixaram o Tribunal do Júri a fim de se prepararem para o interrogatório da ré, próximo passo do julgamento.

O presidente do Tribunal do Júri de Brasília, Paulo Giordano, afirmou na noite de domingo (29/09/2019) que queria terminar o interrogatório nesta segunda-feira (30/09/2019), mas, por causa da quantidade de mídias apresentadas, não foi possível nem iniciá-lo.

Caso

A arquiteta e jornalista é acusada de ser a mandante do triplo homicídio de José Guilherme, Maria Villela e da empregada do casal, Francisca Nascimento Silva. Eles foram mortos a facadas – 73 no total –, em 28 de agosto de 2009.

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