Defesa Civil mapeia 30 pontos de alagamento no DF. A Vila Cauhy é um deles
Documento que aponta os locais mais vulneráveis nesta época de chuvas inclui tesourinhas e quadras da Asa Norte, além de chácaras em Vicente Pires. GDF prevê investimentos de R$ 300 milhões em obras de drenagem pluvial
atualizado
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Assim como os moradores da Vila Cauhy sofreram com as consequências das chuvas intensas na manhã desta quarta-feira (20/1), outros 29 pontos espalhados em 12 regiões administrativas estão na lista de áreas de risco de alagamento da Defesa Civil. A relação inclui tesourinhas na Asa Norte; o Vale do Amanhecer, em Planaltina; e chácaras em Vicente Pires (veja abaixo).
Segundo o órgão, essas RAs são as que têm maiores chances de registrar alagamentos com o aumento das chuvas neste período de janeiro.Segundo a secretária da Segurança Pública e da Paz Social, Márcia de Alencar, nos primeiros dias do ano, o governo preparou um plano de contingenciamento, previsto pela Defesa Civil, para o período de chuvas. O documento inclui — além do mapeamento das áreas de risco — orientações sobre para onde levar pessoas em casos de alagamento, efetivo a ser mobilizado e ações preventivas e de monitoramento.
Desabamentos
Ainda segundo o levantamento feito pela Defesa Civil, Varjão, Ceilândia, Vicente Pires, Riacho Fundo I, São Sebastião, Samambaia, Recanto das Emas e Asa Norte têm pontos de risco de desabamentos e queda de árvores. Confira o documento.
Obras de drenagem
Em junho de 2015, o GDF obteve um empréstimo de R$ 258 milhões referentes à segunda parcela de um financiamento feito com o Banco do Brasil. Os recursos são destinados à execução de 80 projetos em diversas regiões administrativas, incluindo obras de drenagem de águas pluviais.
Um dos projetos, o Drenar-DF, tem o objetivo de corrigir os alagamentos no Plano Piloto. A iniciativa consiste em redimensionar toda a rede de águas pluviais da região. Por meio de nota, a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sinesp) informou que “trabalha com a Secretaria de Gestão do Território e Habitação (Segeth) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para conseguir a autorização e dar início às obras do Programa Drenar DF (antigo Águas do DF) e, assim, garantir os recursos já assegurados por meio de financiamento junto ao Banco do Brasil”.
O valor total do Drenar-DF é de aproximadamente R$ 300 milhões, dos quais R$ 88 já estão assegurados pelo Banco do Brasil. O programa foi dividido em: Drenar 1 e 2. O Drenar 1 compreende a região do Plano Piloto e visa o redimensionamento de toda a rede de drenagem das faixas 01/02 e 10/11 da Asa Norte e 13 da Asa Sul. Assim, o trabalho começa nas 900, passando pelas 700, 500, 300, 100, 200, 400, 600 e 800 até o Lago Paranoá.
Já o Drenar 2 refere-se à região de Taguatinga, integrando as quadras dos seguintes setores: QNA, QNB, QNC, QND, QNE, QNF, QSA e QSB, QSC, CSA e CSB, além das Avenidas Hélio Prates e Comercial.
Manhã de prejuízos
O córrego que fica próximo à Vila Cauhy, no Núcleo Bandeirante, transbordou, deixando 60 residências alagadas, segundo o subsecretário de proteção da Defesa Civil, Sérgio Bezerra. Uma das famílias precisou ser resgatada de bote.
A Defesa Civil foi acionada e deve providenciar abrigo para as famílias atingidas pela água. O Corpo de Bombeiros trabalhou durante a manhã na remoção das pessoas que ainda estavam ilhadas. A energia do local teve de ser cortada para evitar acidentes.
Até a sexta-feira (22), a estrutura dos imóveis será avaliada para checar se há risco de desabamento. Caso as residências estejam seguras, as famílias poderão voltar.
Nesta quarta (20), também houve o registro de alagamento no Recanto das Emas, próximo à Ponte Alta. Segundo o Corpo de Bombeiros dezenas de lotes foram tomados pela água. A Defesa Civil também foi acionada.
Em Águas Claras, os motoristas tiveram atenção redobrada. Em algumas vias, a água ultrapassou o meio-fio nas primeiras horas do dia. Em outros pontos era possível ver água jorrando na lateral da pista. Leitores informaram ainda que alguns viadutos de Taguatinga ficaram intransitáveis.