Defesa Civil libera parte do prédio que pegou fogo na 110 Norte

A Defesa Civil liberou na manhã desta terça-feira (15/5) parte do Bloco M da 110 Norte, onde um incêndio atingiu um apartamento do sexto andar, na segunda (14). Apenas os moradores dos imóveis da prumada atingida ainda não podem voltar para casa. Já foi feito o religamento da energia elétrica e não há risco de desabamento de toda a edificação.

O subsecretário da Defesa Civil, Sérgio Bezerra, explicou que o local do incêndio sofreu dano estrutural, causado pelo rompimento de um dos cabos de aço responsável por auxiliar a sustentação da marquise e da varanda da cobertura.

“Existe a necessidade de algumas ações no prédio. A varanda onde o cabo se rompeu precisa ser escorada para evitar qualquer problema e também para que os moradores da prumada atingida pelo incêndio voltem à normalidade. Esse trabalho é necessário para que a perícia e a confecção do laudo sejam concluídas”, afirmou.

Ainda segundo Sérgio Bezerra, após a conclusão do trabalho, previsto para iniciar nesta manhã, os outros proprietários poderão retornar. De acordo com ele, a temperatura no apartamento incendiado ultrapassou os 700 graus Celsius, o que pode ter prejudicado a resistência dos materiais, como concreto e ferragens.

Perda total
Em entrevista na segunda (14), o coronel Martins informou que o fogo destruiu todo o imóvel, bem como os eletrodomésticos e mobiliário. Para combater as chamas, o Corpo de Bombeiros adotou uma técnica diferente da que é utilizada para apagar labaredas em andares mais baixos.

“Nós combatemos por dentro. Se estivéssemos jogando água também pelo lado de fora, estaríamos expondo os combatentes que estavam lá dentro a um vapor de 700 graus. Eles poderiam ser ‘cozinhados’. Primeiro, precisamos encharcar o local e evitar qualquer surgimento de um novo foco”, disse o comandante.

Veja imagens do incêndio:

Veja vídeo do momento em que o apartamento pega fogo:

 

Feridos
Cinco vítimas foram resgatadas do prédio. Intoxicadas com fumaça, elas foram encaminhadas para dois hospitais particulares da capital da República. No Bloco M da 110 Norte, o fogo começou na unidade 603, de acordo com informações do subcomandante operacional do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), coronel Marco Negrão de Brito.

Uma idosa, de 90 anos, estava no apartamento onde as chamas começaram e disse aos bombeiros que ouviu uma explosão. Então, constatou: o local pegava fogo. Ela estava com um cachorro, o qual teria sido levado a um hospital veterinário. Os moradores, um casal e dois filhos, não estavam no imóvel no momento do incidente.

O incêndio espalhou-se para o apartamento 604 e a fumaça chegou até o 602, no qual estavam as duas mulheres resgatadas pelas escadas da corporação. As outras pessoas saíram do edifício “por meios próprios”, segundo o coronel Negrão.

Por volta das 18h desta segunda (14), o incêndio tinha sido extinto, mas a fumaça ainda persistia, contou o militar. “O prédio tem quatro apartamentos por andar. Apesar de o incêndio ter se restringido a um deles, o calor foi intenso no prédio todo. Por isso, as duas mulheres que estavam no 602 não conseguiram sair”, acrescentou.

Desespero
Uma das mulheres resgatadas pela escada mecânica é a síndica, que se chama Miriam. A outra é a mãe dela e foi a primeira a ser resgatada. Ela recebeu atendimento dos bombeiros e não quis falar com a imprensa.

Logo após o resgate de Miriam, ela perguntou várias vezes: “Cadê minha mãe?”. Em seguida, foi tranquilizada pelos bombeiros ao ser informada que a genitora passava bem.