Decorador é acusado de dar calote em pelo menos 13 noivas do DF
Cacá Marques teria recebido por serviços não prestados. Após pegar R$ 50 mil das vítimas, excluiu perfis nas redes sociais e sumiu
atualizado
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Um decorador da cidade deu calote em pelo menos 13 noivas, moradoras do Distrito Federal, que contrataram seus serviços. Elas acusam Cacá Marques, proprietário da empresa Marques Eventos, de ter recebido valor acordado e não entregado produtos para cerimônias matrimoniais. O prejuízo total chega a R$ 50 mil.
A primeira vítima de Cacá foi a assistente social Gabriela Fernandes Chaves, 25 anos. Ela e o noivo fecharam contrato com o decorador, que não cumpriu o contrato. “Alugamos 150 cadeiras, 200 sousplats [utensílios que servem de base para acomodar pratos] com guardanapo e 200 metros de varal com lâmpada. Ele dividiu em algumas vezes, e fomos pagando. Depositei a última parcela na terça [14/11] e tentei avisá-lo, mas não consegui”, detalha.
O casamento ocorreu no último dia 15, mas, para a decepção, revolta e desespero do casal, o decorador não apareceu. “É muito frustrante. A gente planeja, tem gastos e espera que seja como imaginamos. O local ficou bem escuro, e tivemos que correr com as cadeiras de um lugar para o outro”, desabafa.
O casal está em lua de mel, mas retorna ao DF na quinta-feira (23). “Conversei com um amigo que é advogado e, se não conseguir falar com Cacá, vou entrar na Justiça, pois me prejudicou não só financeiramente, mas também psicologicamente”.A enfermeira Priscila Lopes, 27 anos, também caiu no golpe. Ela foi a última noiva a ver e falar com Cacá Marques. “Ele disse que tinha perdido o celular, mas conversamos pelo Facebook. Li sobre o casamento da Gabriela na quarta e perdi o chão. Dois dias depois, ele me bloqueou e cancelou a página da empresa. Fiquei desesperada”, conta Priscila.
Diferentemente de Gabriela, a enfermeira conseguiu reaver o dinheiro. A irmã de Cacá entrou em contato com a moça e devolveu o valor. “Ela ligou, chorando, e disse que ele tinha ficado um tempo desaparecido, mas teria sido localizado em Ceilândia. A mulher depositou 30% do valor na sexta, e o restante no sábado. Eu consegui resolver o problema, mas nunca vou recuperar meu emocional”, comenta.
A autônoma Aline de Melo Alves, 32 anos, vai renovar os votos matrimoniais no próximo mês e teme não conseguir recuperar os mais de R$ 1 mil pagos ao decorador. “Fiquei assustada quando descobri o que tinha acontecido com a Gabriela. Chorei muito, mas decidi ajudar as noivas e criei um grupo de WhatsApp. Hoje, somos 13 mulheres com um prejuízo que se aproxima de R$ 50 mil”, calcula.
Conforme contou Aline, muitas noivas estão doentes devido à preocupação: “Meu corpo está respondendo muito mais a esse estresse. Eu pensei em desistir, mas tenho convidados vindo do Rio de Janeiro”.
De acordo com ela, a irmã do caloteiro prometeu reembolsar todos os casais, mas não detalhou quando isso ocorrerá. “Há dois endereços da empresa nos nossos contratos, mas não o encontramos em nenhum deles. A irmã dele disse que vai vender as coisas dele e nos devolver o dinheiro, mas, quando vai acontecer, ninguém sabe”, lamenta.
O Metrópoles não localizou Cacá. Já a irmã dele prometeu retornar o contato, o que não ocorreu até a publicação deste texto.