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Deam aguarda depoimento de fotógrafo acusado de assédio sexual no DF

Mulher e uma testemunha do caso já foram ouvidas. Outras possíveis vítimas podem procurar a Deam para fazer denúncia

atualizado

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1 de 1 deam - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O fotógrafo do DF acusado de assédio sexual pela modelo e enfermeira Jeniffer Melina Mendes Meneses, 24 anos, é aguardado pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) I para apresentar a versão dele sobre o caso. Conforme ocorrência registrada na especializada, a vítima foi tocada durante um ensaio pelo qual não recebeu o dinheiro acordado, além de ter sido enganada para enviar fotos nuas.

De acordo com a delegada-chefe adjunta, Simone Alencar, uma testemunha do caso já foi ouvida. Outras vítimas também podem procurar a Deam para prestar queixa. “Eventual vítima menor de idade será ouvida em termo de depoimento especial”, esclarece.

O nome do fotógrafo, que tem um estúdio em Águas Claras, ainda não será divulgado pelo Metrópoles porque o processo está em fase de investigação e a PCDF não apresentou denúncia formal contra ele, ainda em liberdade.

Nessa quarta (9/6), um dia após registrar a ocorrência na Deam, a jovem usou o próprio perfil na rede social Instagram para relatar o caso e estimular outras meninas que se encontram na mesma situação a também denunciarem o homem.

Segundo Jeniffer, tudo começou quando ele a procurou em março deste ano pelas redes sociais e perguntou se ela teria interesse em fazer parte da agência dele.

Imagens da modelo:

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Jeniffer marcou um encontro pessoalmente no escritório do fotógrafo, que pediu que ela não estivesse acompanhada no dia da reunião.

“Eu fui, e ele me explicou que o intuito era ajudar, me fazer crescer. Como ele passava bastante credibilidade, a empresa existe desde 2008 e tem muitos seguidores nas redes sociais, acreditei. Na hora de fazer a avaliação, me pediu para ficar completamente nua e disse que era procedimento padrão. Não tenho problemas com ensaio nu feminino e não me importei naquele primeiro momento”, contou.

Após o primeiro ensaio, o agenciador assinou contrato com Jeniffer e prometeu para a modelo diversos trabalhos, tratamentos de beleza e matrícula em academia de ginástica. Porém, ele não arcou com os custos e pagou somente a primeira mensalidade da jovem. Neste momento, Jeniffer começou a desconfiar dele.

“Ele começou a dizer que eu precisava fazer ensaios nua. A orientação era para que eu me tocasse durante as sessões. Foi aí que eu disse que não iria me tocar e indaguei para quem eram as fotos. Ele disse que vendia para interessados e pessoas do meio político. Que eu iria conseguir muito dinheiro por cada foto, mas precisaria fazer de acordo com as exigências que ele estava pedindo”, denunciou.

Quando o fotógrafo percebeu a resistência da jovem em fazer o que ele pedia, optou por rescindir o contrato via e-mail.

Investigação

Ao desconfiar que outras mulheres também estivessem na mesma situação que ela e sofrendo abuso por parte do fotógrafo, a modelo contatou outras meninas da agência e descobriu não ser a única assediada.

“De cara, duas meninas me relatam que estavam sofrendo o mesmo assédio. Uma delas é menor de idade. Juntamos diversas provas e entregamos mais de 450 prints de conversas que ele mantinha com as agenciadas para a Delegacia de Atendimento à Mulher. Eu não sei onde foram parar as minhas fotos”, acrescentou.

Veja prints que Jeniffer disponibilizou na delegacia e expôs nas redes:

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Depois da denúncia, foi constatado que já existe outras duas denúncias contra o fotógrafo que atua no DF, relatando a mesma situação das modelos.

Exposição

Ao Metrópoles, a jovem reforçou que não ficará mais calada. Pontuou ainda que ao expor o caso nas redes sociais, já recebeu relatos de pelo menos outras 30 meninas que também sofreram assédio do empresário. Inclusive de jovens que chegaram a ser tocadas pelo homem.

“Estou muito triste e, por outro lado, aliviada. Jamais imaginaria que receberia tanto apoio e que as pessoas, de fato, acreditariam em mim. Eu vou registrar e espero Justiça. Vou até o fim para que isso não fique assim. A minha família está ao meu lado e nós vamos conseguir provar tudo.”

Ela também disse que o fotógrafo mandou mensagem para ela depois das publicações no Instagram. “Eu bloqueei ele. Não vou responder mais. Agora, só quero encontrá-lo perante a Justiça.”

Jeniffer diz ter resolvido expor o caso para que outras meninas possam enxergar o absurdo da situação e saibam se posicionar ao se depararem com atitudes como as relatadas por ela.

Empresa

O Instagram da empresa do suspeito tem mais de 43 mil seguidores e atua no mercado desde 2008. A reportagem tentou entrar em contato por telefone com o fotógrafo, mas não obteve retorno. As redes sociais são privadas e também não foi possível enviar mensagens. O espaço segue aberto para manifestação e defesa do fotógrafo.

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