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De Sobradinho a Paris: antes de prata, Caio Bonfim teve doença grave

Morador de Sobradinho (DF), atleta de marcha atlética conseguiu medalha inédita para o Brasil em sua quarta participação nos Jogos Olímpicos

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Caio Bonfim, atletas brasileiro de marcha atlética - metrópoles
1 de 1 Caio Bonfim, atletas brasileiro de marcha atlética - metrópoles - Foto: Sven Hoppe/picture alliance via Getty Images

De Sobradinho (DF) para o mundo, o brasiliense Caio Bonfim conquistou prata na marcha atlética 20 km nos Jogos Olímpicos de Paris, nesta quinta-feira (1º/8). O atleta, de 33 anos, se tornou o primeiro brasileiro a vencer uma medalha na modalidade. Ele ficou na 2ª posição, com o tempo de 1h19min09s.

Esse é o melhor resultado da história do Brasil na marcha atlética em Jogos Olímpicos. Em mundiais, Caio já havia sido bronze em duas oportunidades, em 2017 e 2023. O atleta também foi 4º lugar no Rio 2016.

Nascido e até hoje residente do Distrito Federal, o atleta cresceu e treinou durante toda a trajetória esportiva no Centro de Atletismo de Sobradinho, fundado pela mãe e pelo pai para democratizar o atletismo na região administrativa.

A relação dele com a marcha atlética vem de gerações. A mãe, Gianette Bonfim, foi campeã brasileira oito vezes e quase chegou a disputar uma Olímpiada. O treinador dela foi seu marido, João Sena. Atualmente, o atleta também é treinado pelos próprios pais.

Porém, antes de iniciar uma trajetória de sucesso no esporte, Caio teve que enfrentar a primeira prova de vida ainda na infância, em decorrência de problemas de saúde. O marchador teve meningite com apenas sete meses e duas pneumonias graves.

Pouco tempo depois, aos 2 anos de idade, ele desenvolveu uma deficiência de cálcio devido à intolerância à lactose, que o impedia de consumir leite. A fragilidade óssea causou deformações nas pernas do menino, que precisaram ser corrigidas por meio de uma cirurgia.

Alguns médicos chegaram a, inclusive, acreditar que o marchador não conseguiria andar bem pelo resto da vida, de acordo com relatos de Caio Bonfim em entrevistas.

A cirurgia foi tão bem-sucedida que antes de se dedicar ao atletismo, Caio se aventurou no futebol. O morador de Sobradinho fez parte das categorias de base do Brasiliense como lateral-esquerdo.

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Da esquerda para a direita: Max Batista Gonçalves dos Santos, Caio Bonfim e Matheus Corrêa, os brasileiros na marcha de 20 km nas Olimpíadas de 2024
Caio Bonfim cumprimenta o equatoriano Brian Daniel Pintado, vencedor da marcha 20 km em Paris
Caio Bonfim comemora a prata na marcha 20 km das Olimpíadas 2024
Caio Bonfim lembrou influência do atleta Joaquim Cruz na carreira dele
Brasiliense Caio Bonfim se emocionou com a conquista em Paris
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Caio Bonfim fez história ao garantir a prata nos 20 km da Marcha Atlética, nas Olimpíadas de Paris

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Da esquerda para a direita: Max Batista Gonçalves dos Santos, Caio Bonfim e Matheus Corrêa, os brasileiros na marcha de 20 km nas Olimpíadas de 2024

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Caio Bonfim cumprimenta o equatoriano Brian Daniel Pintado, vencedor da marcha 20 km em Paris

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Caio Bonfim comemora a prata na marcha 20 km das Olimpíadas 2024

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Caio Bonfim lembrou influência do atleta Joaquim Cruz na carreira dele

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Brasiliense Caio Bonfim se emocionou com a conquista em Paris

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Caio Bonfim chegou a liderar a marcha de 20 km nos Jogos Olímpicos de 2024

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Marcha atlética

A dedicação exclusiva a marcha atlética veio aos 13 anos, quando fez os primeiros testes na modalidade, a pedido do pai. Caio acabou se apaixonando pelo esporte da família. E, aos 16 anos, em 2007, entrou de vez na marcha atlética.

“Na minha cidade, brinco que antes da Rio 2016 eu era xingado quando marchava. Depois de lá, mudou. As buzinas vinham seguidas de ‘vamos, campeão’. Quando meu pai me chamou para marchar pela primeira vez, eu fui muito xingado naquele dia. Era muito difícil ser marchador”, comentou ele após a conquista da primeira medalha olímpica.

A primeira participação de Caio nas Olimpíadas aconteceu em Londres, em 2012. Em sua primeira disputa, ele terminou em 39º.

Nas Olimpíadas seguintes, também competiu: no Rio, teve o melhor resultado da história do Brasil na modalidade, mas ficou em quarto lugar; em Tóquio, fechou em 13º.

Além disso, o atleta tem no currículo duas medalhas de prata e duas de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, em 2023. Bonfim também conta com dois bronzes nos mundiais da modalidade.

Neste ano, o marchador chegou aos Jogos Olímpicos de Paris como detentor do recorde sul-americano (1h19min52s) e ocupando a terceira posição do ranking mundial da modalidade esportiva.

“Eu não sei dizer para vocês o que significa isso tudo. Não estou acostumado a ser chamado de medalhista olímpico. Sempre foi um sonho. Eu sou de Brasília”, lembrou Bonfim.

 

 

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