De estepe a peruca da Ariel: DF teve 6 mil furtos a carros neste ano
Levantamento realizado pela SSP-DF mostra aumento de furtos em carros. Estepe e objetos, como perucas, estão entre os bens furtados
atualizado
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Os motoristas do Distrito Federal passaram a conviver com mais insegurança nas ruas da capital federal. Segundo o levantamento realizado pela Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF), o número de furtos a veículos, entre janeiro e setembro deste ano, chegou a 6.116 ocorrências. Diferente dos roubos, nos casos de furto não há emprego de violência e a vítima não percebe, no ato, a perda do bem. Os objetos levados pelo gatunos vão de estepes a perucas.
A cada 24 horas, 27 carros são furtados ou roubados no DF
No mesmo período do ano passado, a pasta totalizou 4.789 casos ─ o que representa um aumento de 27,7% no índice em 2022. Apesar da elevação, os índices não chegaram aos mesmos registrados no período anterior a 2020, quando houve mais de 9 mil registros.
“Acho que o ladrão gostou da peruca da Ariel, só pode. Porque a da Bela ele não gostou. Foi só de maldade mesmo”, conta a animadora de festas Carolina Lagos, 27 anos. No início da noite de 12 de outubro, a jovem estacionou o Sandero Stepway na residencial da 402 Sul e, quando voltou, no fim da noite, viu o vidro traseiro do lado direito do veículo quebrado.
“A peruca da Bela estava mexida e a da Ariel não estava lá. O sapato da Cinderela também havia sido levado. Também levaram um casaco”, conta. No carro, a jovem mantinha outras fantasias de personagens da Disney.
Entre elas, as das princesas Ariel, Cinderela e Bela e do personagem Fera. Ela amargou prejuízo do casaco, de R$ 100 do vidro, mais a parcela coberta pelo seguro e a empresa Mais Festas Brasília repôs as fantasias roubadas. Carolina não registrou boletim de ocorrência.
Ao voltar de um jantar, por volta das 22h, da última quarta-feira (26/10), em um restaurante na beira do Lago Paranoá, o administrador Vinicius Figueiredo, 28, desconfiou que havia alguma coisa estranha no seu carro por conta do barulho “estranho” que o automóvel fez ao colocar a marcha a ré e ver o banco traseiro abaixado. Mas foi só ao chegar em casa que percebeu o trinco-mestre da porta do motorista do Renault Kwid danificada e a falta do estepe.
“Por sorte, a gente não deixou nada no carro. Passamos no nosso apartamento antes de jantar”, conta Vinicius. “É uma frustração, chato para caramba. Parece que foram muito objetivos. Entraram no carro, abaixaram o banco e pegaram o estepe. Deixaram o macaco e tudo mais”, lamenta.
Vinicius conta que o prejuízo ficou em cerca de R$ 1 mil, caso compre um estepe usado. O jovem também não registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). “Se não resolver, corre o risco de perder mais alguma coisa. E fica aquela sensação de insegurança”, completa. Ele ficou cerca de duas horas no estabelecimento.
Entre janeiro e setembro deste ano, a SSP-DF catalogou 2.857 ocorrências de furtos de veículos na capital federal. No mesmo período do ano passado, os casos atingiram 2.747 ocorrências. Na contramão, a taxa de roubo de veículo apresenta queda de 26,4% no período citado ─ foram 1.143 veículos roubados este ano, contra 1.553 para o mesmo período do ano passado.
Na série histórica, a SSP-DF catalogou o mapa das três ocorrências até o fim do ano passado.
Veja:
De janeiro a setembro deste ano, 2.236 veículos furtados ou roubados no DF foram localizados.
Cuidado com os veículos
Afim de evitar furtos no interior de veículos, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) faz as seguintes orientações à população:
- Evitar estacionar em lugar com pouca iluminação;
- Confira se as janelas e portas estão fechadas;
- Nunca deixe nada à mostra sobre bancos ou painéis;
- Evite ficar no interior tempo superior ao necessário para embarque e desembarque;
- Se possível instale alarmes;
- Se estacionar por um longo período, verifique de tempos em tempos o veículo;
- Evite deixar chaves com os cuidadores veiculares.
Além disso, a SSP-DF reforça a importância do registro de ocorrências pela população para subsidiar a elaboração de estudos e manchas criminais que indicam de dias, horários e locais de maior incidência de cada crime, entre outras informações relevantes para o processo de investigação.
Esses levantamentos são utilizados na elaboração de estratégias para o policiamento ostensivo da Polícia Militar do DF (PMDF), bem como para a identificação e desarticulação de possíveis grupos especializados por parte da PCDF.