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De aulas a bares, coronavírus impacta a rotina de brasilienses

Nos últimos dias, escolas fecharam, protocolo de limpeza do transporte mudou e as máscaras viraram rotina no vestuário

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Homem de camisa branca usa máscara na rua contra o coronavírus
1 de 1 Homem de camisa branca usa máscara na rua contra o coronavírus - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Desde a última quarta-feira (11/03), quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu a infecção por coronavírus como pandemia, os protocolos exigidos dos brasilienses e os hábitos mudaram drasticamente. Antes, a doença que parecia distante da realidade da capital, acabou confirmada em três pessoas que viajaram para a Europa. Há, ainda, 75 casos suspeitos de contaminação pelo Covid-19 em Brasília.

Para evitar a rápida disseminação da doença, como ocorreu nos países europeus, o Governo do Distrito Federal soltou um decreto suspendendo aulas em escolas públicas e privadas, além de outras determinações.

As ruas ficaram menos movimentadas e a vestimenta diária ganhou mais um acessório: as máscaras. Embora infectologistas e o Ministério da Saúde ressaltem a necessidade do acessório somente para quem tem suspeita de coronavírus, os brasilienses o adotaram na última semana. As escolas fecharam as portas, as academias emitiram alertas para os usuários lavarem as mãos e usarem garrafas próprias de água. Shows e eventos com aglomeração de mais de 100 pessoas foram cancelados.

Até a luta do UFC, prevista para este sábado (14/03) teve os portões fechados para a plateia. O evento ocorrerá, mas será apenas televisionado. O público que havia comprado ingressos terá o dinheiro ressarcido. A suspensão de eventos esportivos está prevista no mesmo decreto, o 40.509, que cancela as aulas por cinco dias, até segunda-feira (16/03).

As igrejas decidiram manter as portas abertas para os fieis. A Arquidiocese de Brasília anunciou, em reunião realizada na quinta-feira (12/03), que não cancelaria missas e atividades pastorais até segunda ordem.

Prejuízos

Os empresários criaram uma sala de intenções para analisar prejuízos e medidas a serem tomadas pelo comércio. A orientação para prevenir o coronavírus é de adiar eventos com muitas pessoas, aglomerações, evitar cinemas, shoppings, shows e isolar por sete dias quem viajar para o exterior.

Ainda não se sabe o impacto na economia local ou na arrecadação do GDF. A exemplo da baixa na bolsa de valores e na alta do dólar, o DF começa a contabilizar os prováveis prejuízos. No entanto, a preocupação inicial é em estancar a disseminação do coronavírus, com direcionamento de verbas para a saúde local.

Em todo o país, 107 haviam sido confirmados até a noite de sexta-feira (13/03). Brasilienses chegaram a correr para o mercado a fim de estocar comida.

Transporte

No Aeroporto Internacional de Brasília e na Rodoviária Interestadual de Brasília, o GDF autorizou os Bombeiros a usarem equipamentos ultramodernos para detectar a presença do vírus dentro dos aviões, além do uso de infravermelho com intuito de verificar a temperatura de pessoas em filas. A higienização de ônibus e do metrô também foi intensificada no final das viagens.

Os sistemas de ônibus e metrô do Distrito Federal funcionam normalmente. Até o momento, as recomendações do GDF não incluem restrições, mas é necessário evitar aglomerações.

Na manhã desta sexta-feira (13/03), o Metrópoles foi até a Rodoviária do Plano Piloto para ver a movimentação no transporte coletivo. Alguns passageiros já usavam máscaras. No metrô, funcionários da limpeza intensificaram a higienização dos corrimãos e estão usando álcool em gel.

Os trens também passaram a circular com as janelas basculantes abertas a fim de melhorar o fluxo de ar nos vagões. A consultora de seguros, Marta Antônia da Rocha, 34 anos, saiu de Samambaia para o Plano Piloto de metrô e confirmou que as janelas dos vagões estavam abertas.

“Também estão orientando, por meio do sistema de som, para não fechá-las. Por enquanto, a situação não está tão ruim, mas tememos que possa piorar”, disse.

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Eva Mendes Soares, 58, disse que começou a ler notícias sobre o coronavírus na imprensa e passou a usar máscara
Cleia Gama Lopes, 38 anos, tem problema renal e quer se prevenir
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Marta Antônia da Rocha, 34 anos, acredita que o DF não tem estrutura para o coronavírus

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Eva Mendes Soares, 58, disse que começou a ler notícias sobre o coronavírus na imprensa e passou a usar máscara

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Cleia Gama Lopes, 38 anos, tem problema renal e quer se prevenir

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Sem motivo para pânico

O estudante Pedro Alves, 23, também usou o metrô nesta manhã. Ele viajou de Ceilândia à Rodoviária. Segundo o jovem, as pessoas ainda estão tranquilas em relação ao coronavírus. “Ainda não percebi mudança no comportamento. No vagão que eu estava, por exemplo, ninguém usava máscara. Ainda temos um número muito insignificante de casos no DF. Acredito que não haja motivo para pânico. Se todos seguirem as orientações da saúde, a situação não deve se agravar.”

O rodoviário Carlos Roberto Ramos, 50 anos, trabalha como despachante de ônibus na rodoviária e demonstrou estar preocupado com a situação. “Para nós que temos muito contato com as pessoas, é complicado. Mas ainda estamos sentido tranquilidade por parte dos passageiros. Não vemos muitos de máscaras e, até o momento, os transportes não adotaram nenhuma medida urgente. Quando algum passageiro tosse um pouquinho mais forte, a gente até olha assustado. Mas, na medida do possível, ainda estamos mantendo tudo sob controle.”

Máscaras

A diarista Cleia Gama Lopes, 38 anos, estava de máscara na fila de espera para entrar no ônibus que seguia para a Cidade Estrutural. “Eu tenho problema renal e quero me prevenir. Principalmente porque passo a maior parte do dia na rua e tenho dois idosos em casa, de 82 e 72 anos. Não posso correr o risco de levar o vírus para dentro de casa. Hoje, eu era a única no ônibus. As pessoas olham estranho, mas prefiro passar de doida do que adoecer.”

A aposentada Eva Mendes Soares, 58, comentou que desde que começou a ler notícias sobre o coronavírus na imprensa, passou a usar máscara para se prevenir da doença. “Eu tenho medo e receio de andar na rua e ter contato com qualquer pessoa que possa ter os sintomas. Ainda percebo que a minoria está usando as máscaras e adotando os outros cuidados. Cada um deveria fazer a sua parte. Assim, não teremos a chance de se agravar o contágio.”

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