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Rua das Oficinas na Asa Norte transforma-se em polo cultural

O Metrópoles esteve no local e encontrou 14 estabelecimentos artísticos. Entre eles, galerias de arte, grupos de teatro e escolas de música

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Luciana Martuchelli – Tao Filmes
1 de 1 Luciana Martuchelli – Tao Filmes - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A Rua das Oficinas, pista paralela à W3, localizada entre as 703 e 716 Norte, está ganhando uma nova vocação. Entre mecânicas, restaurantes populares e lojas de manutenção começam a surgir centros culturais, teatros, galerias e salas de práticas artísticas.

O novo polo cultural da cidade cresceu de modo orgânico ao longo dos últimos anos. Os preços baixos dos alugueis comerciais e a intensa movimentação são os principais atrativos para os artistas que se alojam na Rua das Oficinas.

O Metrópoles esteve no local e encontrou pelo menos 14 estabelecimentos culturais na região. Entre eles, há grupos teatrais, escolas de música e academias de dança.

Novidade
O mais novo espaço inaugurado na região é a TAO Filmes, da diretora teatral Luciana Martuchelli, que passou a funcionar na 711 Norte no início deste mês. A proprietária fez da sede do seu grupo teatral um local para atividades acadêmicas em diversas áreas culturais (teatro, literatura, cinema e meditação), bistrô e estúdio de canto e gravação de CDs.

“Passei minha infância tendo como o maior programa do dia caminhar pela W3 e pela Asa Norte para ver as lojas, para ter um lugar de encontro com as mais absurdas variedades”, conta a diretora. Ela também relembra que a primeira sede da empresa, que nasceu em 1994, ficava na 712 Norte.

Estar na 711 é como um ciclo que se fecha. Um reencontro com as minhas primeiras motivações artísticas e sociais da minha cidade. É estar com um pé na história dos meus pais artistas, que vieram para Brasília, e outro pé pensando em como tornar a capital cada vez mais relevante para o cenário cultural brasileiro.

Luciana Martuchelli
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A diversidade também chamou atenção do diretor teatral Alexandre Ribondi, que inaugurou a Casa dos Quatro na 708 Norte em parceria com o jornalista e ator Morillo Carvalho, a produtora Elisa Mattos e a promotora de Justiça e atriz Luísa de Marillac.

“Por ser tão embrenhada no nosso tecido urbano, a Rua das Oficinas é impossível de ser ignorada. Nossos vizinhos têm perfis econômicos, sociais e profissionais dos mais diversos — e se dão bem, se conhecem, criam relações mais próximas do que os das superquadras” afirma Morillo Carvalho.

A Casa dos Quatro abriga um “coworking” artístico, contando com uma sala de estar, que pode ser usada para encontros informais; uma cozinha-escritório, utilizada em reuniões e cursos para até 15 pessoas; e o auditório-teatro, formatado como local de ensaio para espetáculos.

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O espaço inaugurado por quatro agitadores culturais serve de "coworking artístico"

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História
Não é de hoje que a área chama atenção do setor cultural. Em 1969, o mecânico José Perdiz abriu um teatro em sua oficina, na 709 Norte, para abrigar pequenos espetáculos de alunos da Faculdade Dulcina de Moraes.

O espaço funcionou até 2009, quando os bombeiros condenaram a estrutura do local. Em 2015, o centro cultural voltou a operar na 710 Norte e segue, até hoje, recebendo espetáculos esporádicos.

Reprodução/Facebook
Exposição de Paul Setúbal no Elefante Centro Cultural em 2015

 

Em 2013, foi a vez do artista plástico Matias Mesquita apostar na região. Ele fundou, na 706 Norte, o Elefante Centro Cultural, espaço que segue ativo até hoje. A escolha do local se deu por conta do aluguel, mas as peculiares características da vizinhança também influenciaram a decisão.

“Os custos são mais em conta do que qualquer outro comércio do Plano Piloto”, afirma Matias. “Trata-se de uma área que não funcionou com o modelo de setorização esperado, tendo uma apropriação do espaço bem mais intuitivo e menos engessado”.

O Elefante, além de servir de galeria de arte, oferece residência a artistas e oficinas com diversos temas culturais. Apesar de estar feliz com a sede na região, ele afirma que a movimentação no local ainda não é a ideal. “A cultura aqui ainda tem muito o que fazer para começar a ter um mínimo reconhecimento, mas a gente está criando um movimento que começa a instigar as pessoas”, conclui.

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