Escolas de samba ficam de fora de repasse do GDF. Secretaria de Cultura vai investir R$ 780 mil em 30 blocos de rua
Governo sugere que as escolas de samba busquem apoio da iniciativa privada. A verba para os blocos de rua está garantida
atualizado
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Brasília, mais uma vez, não verá desfiles das escolas de samba no Carnaval da cidade. Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta terça (5/1), o secretário de Cultura do Distrito Federal, Guilherme Reis (foto abaixo) afirmou que não há dinheiro suficiente para as agremiações. “Com a realidade desse governo, não é possível fazer o repasse para escolas. Seria irresponsável e inadequado neste momento. Se ajudássemos as agremiações, teríamos um gasto aproximado de R$ 13 milhões”, disse Reis.
No entanto, a crise não vai afetar o Carnaval de rua e o desfile de 30 blocos estão assegurados. “O orçamento de R$ 780 mil para os 30 blocos carnavalescos será usado inteiramente para banheiro químico, som, gerador, carros de som, segurança e trios. Isso dá R$ 25 mil para cada bloco”, conta Reis. O investimento não será destinado ao pagamento de atrações musicais.O secretário lamentou a atual situação das escolas de samba e sugeriu que as agremiações do DF busquem outras maneiras para captar verbas para os desfiles. “Esse prejuízo está se arrastando de 2014 e é lamentável. Vivemos uma crise muito grave. Por isso, é mais prudente e responsável arcar com aquilo que conseguimos. Não vamos largar as escolas de samba. Não posso prometer nada, mas vamos tentar algo para o ano que vem. Essas entidades devem buscar ajuda de iniciativas privadas”, sugeriu.
As empresas privadas também são uma espécie de luz no fim do túnel para o Governo do Distrito Federal. “No ano passado tivemos apoio de R$ 370 mil. Em 2016 estamos conversamos com algumas iniciativas e, se o acordo for fechado, o dinheiro será repassado para os blocos tradicionais”, afirmou o secretário. Ao final, Guilherme Reis fez um pedido aos brasilienses: “Espero que a população de Brasília seja mais atenta e faça um carnaval limpo, sustentável e pacífico”.
Contradição
Apesar da série de bares fechados por causa da Lei do Silêncio no DF, o governo afirma que o Carnaval será um período festivo na cidade. De acordo com o subsecretário de Marketing e Eventos da Secretaria de Turismo, Sandro Cunha, o GDF espera uma forte movimentação na data.
“Houve uma movimentação no carnaval de Brasília no ano passado. Recebemos muitos visitantes que se surpreenderam com a festa que encontraram aqui. A cidade reuniu cerca de 1 milhão de pessoas em quatro dias de festejos. Em 2016, esperamos a mesma estimativa”, afirmou Cunha. “Uma característica marcante de 2015 foi a ocupação da cidade pela população, esperando que o Carnaval se venda naturalmente, de maneira orgânica. E a programação será em todo DF, não apenas no Plano Piloto”, concluiu Sandro.
Em resposta à decisão do GDF, as escolas de samba do Distrito Federal devem se reunir ainda nesta semana para decidir quais medidas vão tomar daqui em diante. “Depois das reuniões internas, as agremiações vão se juntar para analisar quais medidas podem ser tomadas a fim de garantir o nosso carnaval”, disse Niro Barrios, da direção administrativa da Associação Recreativa e Cultural Acadêmicos da Asa Norte. “O governador Rodrigo Rollemberg mostra, claramente, a incapacidade de governar o DF. E como sabemos, o problema não para por aí. Há questões com os servidores públicos, entre outros. A cultura não recebe a devida importância”, protestou.
