Ao som de vaias, Rollemberg encerra visita à Escola de Música de Brasília
Governador verificou a situação do espaço na tarde desta segunda-feira (19/10). Ele foi recebido por professores grevistas, que também entoaram gritos de “traidor”
atualizado
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Após uma série de denúncias sobre as condições críticas em que se encontra a Escola de Música de Brasília (EMB), o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) fez uma visita ao espaço na tarde desta segunda-feira (19/10). Ele foi recebido por um coral de crianças e cerca de 20 professores que faziam um protesto. Os manifestantes gritavam “calote, não” e “não se mexe nos direitos dos trabalhadores”. Na saída, foi vaiado pelo grupo.
Cada vez que Rollemberg entrava em uma sala da escola, as portas eram fechadas para conter os manifestantes. Quando ele visitou o Teatro Levino de Alcântara, por exemplo, somente a imprensa e alguns servidores conseguiram acompanhá-lo. Ele assistiu a uma apresentação de alunos e fez declarações aos jornalistas.“Estamos aqui para reiterar o compromisso com a cultura de Brasilia, mais precisamente com a Escola de Música. Apesar de todas as dificuldades, nos próximos dias, vamos começar a recuperação do Museu de Arte de Brasília, do Centro de Dança e do Espaço Cultural Renato Russo”, disse Rollemberg. “O próximo equipamento público a ser recuperado, na área de cultura, é a Escola de Música”, frisou.
“Traidor”
Hostilizado, Rollemberg deixou a Escola de Música aos gritos de “traidor”. Segundo professores que protestavam, ele fez uma série de promessas em prol da educação enquanto era senador, mas elas não vêm sendo cumpridas durante o mandato dele à frente do Palácio do Buriti.
“As atitudes dos professores sempre foram pautadas na democracia e no respeito. Não adianta o governador vir aqui e nos encher de promessas”, afirmou Henrique Torres, um dos manifestantes. “Vários setores estão paralisados por culpa dele. A greve termina quando o governador cumprir a lei”. A visita durou pouco menos de uma hora. A exemplo de outras categorias, os servidores cobram o pagamento do reajuste salarial que deveria ter sido aplicado nos salários em setembro.
Ao ser questionado sobre as greves em diversas áreas no DF, ele argumentou: “Estamos conversando com diferentes sindicatos. O sistema socioeducativo já saiu da greve, e a gente espera e apela pelo bom senso das categorias. Temos a realização do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), no próximo fim de semana, que é fundamental para o futuro dos jovens. A Justiça já decretou a ilegalidade da greve. As pessoas sabem que não estamos pagando os reajustes por total falta de como fazê-lo. Faremos quando tivermos condições”.