Cufa quer levar pontos de embarque do Uber para o Sol Nascente
Iniciativa já ocorre em Heliópolis, a maior favela da cidade de São Paulo, e apresenta bons resultados, segundo a empresa
atualizado
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Com o intuito de garantir cada vez mais o acesso de pessoas à mobilidade oferecida pelo Uber, a Central Única das Favelas (Cufa) estuda ampliar para outras 10 unidades da Federação o projeto de criar pontos de embarque em áreas consideradas perigosas ou onde, até mesmo, não há cobertura da empresa. No Distrito Federal, o alvo da organização é a região do Sol Nascente.
A ideia parte de um caso considerado sucesso, na favela de Heliópolis, em São Paulo. Até o fim do ano passado, não era possível pedir um transporte de Uber que fosse feito de dentro da área. Após a iniciativa, pioneira no mundo inteiro, foram estabelecidos quatro pontos de embarque em locais de fácil acesso na comunidade. “Hoje, já aumentamos para sete. Um é o ponto caracterizado, e os outros são em locais de referência, como igrejas e postos de gasolina”, explica Celso Athayde, presidente da Cufa.
A implantação dessas áreas de embarque foi feita após uma série de reuniões com lideranças e instituições de Heliópolis para entender as principais demandas da região. Entre as necessidades, foi identificada a melhoria da experiência das pessoas que querem utilizar o aplicativo. “Fizemos um grande fórum para ouvir o que todos tinham a dizer. Conseguimos convencer [as pessoas] de que seria algo bom para todos, e o projeto foi para frente”, comemora Athayde.
Com os locais de fácil acesso estabelecidos, moradores do local andam, no máximo, cinco minutos de qualquer local da comunidade até entrarem em um Uber. Campanhas de conscientização dos motoristas da cidade também foram fundamentais para que houvesse uma aceitação do novo ponto. “Hoje em dia, por exemplo, não há mais registro de assalto no local fixo de embarque”, comemora o presidente da Cufa.
Por isso, Athayde afirma que pretende expandir a ideia. “Ainda estamos na fase de estudos e cada lugar tem sua demanda. No Rio de Janeiro, eu gostaria de levar para o Complexo do Alemão. No DF, o lugar é o Sol Nascente”, pontua.
Bom para passageiros e motoristas
Um dos beneficiados pela iniciativa em São Paulo é Sidnei de Assis, 39. Motorista de Uber há mais de dois anos, ele nunca pôde aceitar corridas de Heliópolis, local onde mora. “Para alguém pedir, precisava descer até próximo à delegacia. No desembarque, o passageiro ficava muito embaixo. Agora, facilitou bastante”, avalia.
Sidnei diz que a demanda é grande na região e os moradores aprovaram os pontos. “Pedem para que tenha mais. O pessoal aqui gostou muito. Para mim, é melhor ainda, pois eu nem saio de casa e já começam a chegar chamadas”, salienta.
O repórter viajou a São Paulo a convite do Uber