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CSI Candango 2.0: autópsia virtual descarta abertura de corpos no IML

Scanner e tomógrafo fazem as análises e identificam traumas, ossos quebrados e projéteis de armas de fogo usados em crimes no DF

atualizado

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1 de 1 corpo-abre - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Cenas de séries policiais norte-americanas que mostram a alta tecnologia como importante auxiliar na elucidação de crimes estão cada vez mais reais no cenário brasiliense. Agora, o Instituto Médico Legal (IML) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) conta com um sistema para detecção de causas de mortes sem a violação dos corpos. O método é chamado de autópsia virtual, ou “virtópsia”, e revolucionou a análise forense.

Com a nova técnica, os exames passaram a ser realizados mais rapidamente. Um scanner e um tomógrafo computadorizado fazem a análise completa e identificam traumas, ossos quebrados, projéteis de armas de fogo e qualquer sinal de violência que tenha provocado o óbito. Mensalmente, cerca de 240 cadáveres são submetidos ao crivo da tecnologia no DF.

Pioneiro no Brasil, o IML da PCDF é o único no país a contar com os equipamentos. Uma série de crimes antes insolúveis foi resolvida com a ajuda dos aparelhos. Em alguns casos, assassinatos ocorridos há mais de 10 anos tiveram um desfecho com o auxílio high-tech.

De acordo com o chefe da necropsia do IML, Malthus Galvão, o procedimento evita a destruição de estruturas anatômicas do corpo, facilitando inclusive outros exames solicitados pela perícia. “Além de termos uma participação importante na investigação criminal, as famílias das vítimas ficam mais reconfortadas sabendo que os corpos de seus parentes não serão abertos”, explica.

Os aparelhos, adquiridos em 2017, por meio de um convênio firmado com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), custaram R$ 1,5 milhão.

Solução de feminicídio
Com a ajuda dos equipamentos, a equipe de legistas do IML conseguiu identificar a ossada de uma mulher morta há 13 anos. O crime foi praticado por um ex-policial militar do Distrito Federal. Após a elucidação do caso, ele foi julgado e condenado a 20 anos de prisão pelo Tribunal do Júri de Brasília.

A universitária Mariana Corrêa Silva Alves Bragança tinha 25 anos quando sumiu de casa, em 12 de junho de 2005. O corpo dela só foi encontrado três anos depois, carbonizado em uma fazenda na cidade de Edilândia (GO). Ele havia sido queimado em meio a pneus,de maneira a dificultar o trabalho da polícia.

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Os exames são feitos de forma rápida e precisa
Os legistas conseguem identificar a causa da morte sem fazer a autopsia usual
Os peritos viajaram até a Suiça para aprender a operar os equipamentos
Cerca de 240 corpos por mês são analisados pelos equipamentos
As famílias das vítimas ficam reconfortadas em velar as pessoas sem que os corpos de seus parentes tenham sido abertos
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Com o tomógrafo, os peritos não precisam mais abrir os cadáveres

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Os exames são feitos de forma rápida e precisa

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Os legistas conseguem identificar a causa da morte sem fazer a autopsia usual

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Os peritos viajaram até a Suiça para aprender a operar os equipamentos

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Cerca de 240 corpos por mês são analisados pelos equipamentos

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As famílias das vítimas ficam reconfortadas em velar as pessoas sem que os corpos de seus parentes tenham sido abertos

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Os equipamentos custaram cerca de R$ 1,5 milhão

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Os médicos-legistas conseguiram elucidar crimes antes insolúveis

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Ossadas desenterradas há décadas são estudadas pelos profissionais do IML

Os médicos-legistas foram acionados para ajudar as investigações e conseguiram exumar o cadáver da estudante, que havia sido enterrado como “não identificado”. “Utilizamos uma série de técnicas que mostraram quem era a vítima”, afirmou Galvão.

O trabalho foi semelhante ao feito nessa segunda-feira (10/12), quando uma força-tarefa da Polícia Civil desenterrou a ossada de Franciele da Silva Moreira, 22, desaparecida há dois anos, na área rural de Brazlândia. Segundo as investigações, ela foi assassinada pelo ex-companheiro e o filho dele. Ambos foram presos preventivamente.

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Crime resolvido
Outro caso emblemático também resultou na condenação dos assassinos. Em 2002, outro crime violento estava sem solução. O corpo de Marcelino Soares Filho, 22 anos, jamais havia sido encontrado.

O assassinato ocorreu em 2002, na madrugada de 15 de novembro, próximo ao povoado Mesquita, na Cidade Ocidental. Os autores convidaram a vítima para uma suposta festa. No caminho, eles mataram Marcelino e roubaram o automóvel dele.

No dia seguinte ao crime, os três criminosos enterraram o corpo em uma região de Cerrado. Apesar de os acusados terem apontado o local em que deixaram a vítima, as buscas não tiveram sucesso. Na época, o carro de Marcelino foi encontrado abandonado nas proximidades da casa de um dos suspeitos.

Reprodução/PCDF

Cinco anos após o homicídio, familiares de Marcelino acabaram descobrindo o local, onde havia uma cova rasa. A polícia foi chamada e acionou o IML do DF. Os peritos usaram uma técnica chamada “exumação em bloco” para resgatar o corpo.

Com a autópsia virtual, eles conseguiram confirmar a identidade da ossada, e os criminosos foram condenados, em 2007, por homicídio triplamente qualificado.

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