CRM sobre vistoria em hospitais do DF: “Médico atendendo 40 pacientes”
Conselho recebeu relatos de improvisos no atendimento das UTIs, como balões de oxigênio para mais de um paciente, e sobrecarga das equipes
atualizado
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O Conselho Regional de Medicina (CRM-DF) chamou a atenção para a sobrecarga de trabalho dos médicos no enfrentamento à pandemia de Covid-19 no Distrito Federal. Em entrevista coletiva nesta terça-feira (16/3), o órgão que supervisiona o trabalho dos profissionais da medicina na capital apresentou os resultados de fiscalizações feitas em unidades de saúde.
Segundo o presidente do CRM-DF, Farid Buitrago Sánchez, os profissionais não estão conseguindo dar conta da demanda e os gestores têm dificuldade em fechar as escalas de plantão, já que há carência de profissionais habilitados para atender pacientes com Covid-19.
Buitrago Sánchez acrescentou que está sendo preciso deslocar profissionais de outras áreas e que não possuem experiência necessária para o atendimento aos infectados pelo Sars-Cov-2. Ainda de acordo com o presidente da entidade local, muitos profissionais estão sendo acometidos pela Síndrome de Burnout, distúrbio causado pela tensão e estresse do excesso de trabalho.
Leitos de UTI
Conforme Buitrago Sánchez, chega ao conselho relatos de improvisos no atendimento das unidades de terapia intensiva (UTI), como o uso balões de oxigênio para mais de um paciente, além de compartilhamento de espaços muito próximos uns dos outros, o que aumenta o risco de contaminações, não só de Covid-19, mas de outras infecções.
Os médicos também estariam preocupados com o baixo estoque de medicamentos, como sedativos e antibióticos. Segundo os relatos, o cenário ainda não é o de ter que intubar pacientes sem sedação, mas já é necessário utilizar fármacos que não são os mais adequados para o procedimento.
O presidente do CRM-DF contou, ainda, que as situações mais críticas estão no Hospital Regional de Taguatinga (HRT) e Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). “Temos relatos de um médico atendendo de 30 a 40 pacientes”.
Uma sugestão mencionada seria a parceria com as instituições privadas para a abertura de novos leitos. Também é necessário ampliar a testagem da população, das pessoas sintomáticas e dos contactantes delas.