CRM-DF estende indicativo de interdição ética no Hospital do Gama
Segundo conselho profissional, unidade sofre com falta de médicos. Caso problemas não sejam resolvidos, centro será interditado em 30 dias
atualizado
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O Conselho Regional de Medicina (CRM-DF) estendeu o prazo do indicativo de interdição ética do Hospital Regional do Gama (HRG) durante sessão plenária nessa quarta-feira (30/3). Foram concedidos mais 30 dias, sendo eles improrrogáveis para que os problemas apontados na unidade de saúde sejam sanados.
A entidade que fiscaliza e representa os médicos instaurou o indicativo em 24 de fevereiro, após vistoria descobrir que o hospital sofre com falta de profissionais, insumos, medicamentos e equipamentos. Na última segunda-feira (28/3), nova visita foi feita ao HRG.
Segundo o CRM, a data foi ampliada em razão de pequenas melhorias feitas no Hospital do Gama, como o avanço na obra no Setor de Emergência. Porém, o maior problema enfrentado, o déficit de médicos, continuaria sem solução.
A Secretaria de Saúde (SES) realizou uma convocação de médicos temporários para atender alguns hospitais do DF, no entanto, mesmo com essas convocações, a quantidade de profissionais de saúde continuaria inferior ao número necessário para suprir a demanda.
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“A quantidade de médicos ainda é insuficiente. Conseguir médicos que queiram atuar em um cenário tão caótico também não é fácil, pois os profissionais precisam ter condições dignas de trabalho para atuar com qualidade”, comentou a presidente do CRM-DF, Marcela Montandon.
A decisão de estender o prazo e não interditar imediatamente o HRG também corresponde ao receio do CRM-DF em deixar a população sem desassistência no pronto-socorro. “Caso a SES não melhore as condições de trabalho nem aumente o quantitativo de profissionais o mais rápido possível e se a problemática não for resolvida, infelizmente teremos de tomar essa medida extrema”, explica Marcela.
O CRM-DF também está preocupado com a violência praticada contra os médicos nas emergências dos hospitais, proveniente da falta de estrutura nas unidades de saúde. O conselho pede que a população tenha mais empatia com esses profissionais que não tem culpa da falta de estrutura.