Crise do desabastecimento de gás de cozinha não tem data para acabar
Segundo sindicato das revendedoras, se o governo não tomar providência junto à Petrobras, produto não chegará em quantidade suficiente no DF
atualizado
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Ao contrário do anúncio do GDF de que o abastecimento de gás de cozinha estaria normalizado, a situação ainda é crítica nas revendedoras. Segundo o sindicato da categoria (Sindvargas-DF), a Petrobras está limitando a oferta do produto desde segunda-feira (4/6).
Com isso, os principais fornecedores, como os estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, não estão suprindo a demanda do Centro-Oeste. “A situação não tende a normalizar, a não ser que o governo intervenha e a Petrobras mude a postura fornecendo o produto que a população tanto necessita nesse momento”, destacou o Sindvargas, em nota divulgada nesta quarta (6).Como se não bastasse, a entidade destacou que a refinaria de Paulínia, em São Paulo, entrou em manutenção, o que reduz ainda mais a oferta. “A população vai continuar sofrendo”, alertou o sindicato.
Na segunda (4), o GDF disse que a crise provocada pela greve dos caminhoneiros estava superada no Distrito Federal. Tanto é que desmobilizou o grupo montado para acompanhar os desdobramentos da paralisação dos motoristas nas estradas.
O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) também informou na ocasião que estavam sendo distribuídos 30 mil botijões de gás de cozinha no DF diariamente, 10 mil a mais que o consumo médio dos brasilienses. No entanto, há três semanas, a população não encontra o produto nas revendedoras. Enquanto isso, os atravessadores tentam faturar vendendo o botijão por até três vezes o valor normal oferecido nas revendedoras.
Em meio à crise, o corretor de imóveis José Carlos Pussa, 68 anos, reclama que não está conseguindo acionar o Procon nesta quarta para denunciar suposta propaganda enganosa. Nesta manhã, ele recebeu ímã de uma revendedora de gás, no qual a empresa anuncia o produto a R$ 63 no Guará. O valor é bem abaixo da média de preço praticada nas últimas semanas, de R$ 75.
“Liguei na empresa para comprar o botijão, mas me disseram que o estoque acabou há quatro dias”, contou. José Carlos se sentiu enganado. Por isso, ligou para o Procon, mas não conseguiu denunciar o episódio. “Tentei mais de 10 vezes. Ninguém me atendeu”, lamentou.
O outro lado
Em nota, o Instituto de Defesa do Consumidor diz ter recebido a nova infraestrutura de atendimento telefônico pelo 151 nessa terça (5). “Os funcionários estão passando por treinamento para operar a nova central. O atendimento estará normalizado a partir de sexta (8)”, acrescentou o órgão.
Com a instabilidade, o Procon disponibilizou o seguinte email: 151@procon.df.gov.br. Reclamações, porém, devem ser feitas presencialmente ou pelo site consumidor.gov.br. A reportagem não conseguiu contato com a empresa que anunciou o gás sem ter estoque disponível.
Colaborou Douglas Carvalho