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“Crime filmado”, diz promotor sobre advogado que atropelou servidora

O advogado Paulo Ricardo Moraes Milhomem, 39 anos, passa por julgamento no Tribunal do Júri de Brasília, nesta terça-feira (25/7)

atualizado

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Imagem colorida mostra plenário do Tribunal do Júri
1 de 1 Imagem colorida mostra plenário do Tribunal do Júri - Foto: Alan Rios/Metrópoles

O advogado Paulo Ricardo Milhomem, 39 anos, é julgado nesta terça-feira (25/7) pelo Tribunal do Júri de Brasília. Ele é acusado de atropelar a servidora pública Tatiana Thelecildes Fernandes Matsunagana na porta da casa dela, no Lago Sul, após uma briga de trânsito.

O júri popular teve início por volta das 10h20, com a oitiva da acusação. Até o momento, foram ouvidos a vítima, o marido dela, Cláudio Matsunaga, e um agente da Polícia Civil do DF (PCDF), que atuou nas investigações do caso.

No período da tarde, o julgamento foi retomado com o depoimento do perito criminal da PCDF, Alex Lima, que atuou como revisor das investigações. A expectativa é que seja ouvido o réu, bem como outras testemunhas.

O advogado está preso preventivamente desde 25 de agosto de 2021, quando o crime ocorreu. Paulo Ricardo é acusado por tentativa de homicídio qualificado — por motivo fútil e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. Os advogados dele, no entanto, defendem que o motorista não teve intenção de atropelar Tatiana.

5 imagens
Tatiana saiu do carro para falar com Paulo Ricardo
Segundos depois de pegar um objeto no próprio carro, ela foi atropelada
Marido e filho da vítima presenciaram a cena
Em seguida, Paulo Ricardo deixou o local do crime
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Motoristas discutiram antes de atropelamento

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Tatiana saiu do carro para falar com Paulo Ricardo

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Segundos depois de pegar um objeto no próprio carro, ela foi atropelada

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Marido e filho da vítima presenciaram a cena

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Em seguida, Paulo Ricardo deixou o local do crime

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O promotor de justiça do Tribunal do Júri de Brasília, Marcelo Leite Borges, deu detalhes sobre os depoimentos da acusação. Segundo ele, a versão da vítima sobre o caso não foi apresentada, uma vez que ela teve amnesia em razão do acidente.

“Ela disse, entre outras coisas, que passou algum tempo ainda, talvez meses, sem reconhecer os próprios filhos. Ela teve um risco de vida muito alto, foi salva por milagre, não tem outra explicação, porque ela foi desenganada pelos médicos várias vezes. Nesse sentido foi o depoimento do marido, que acompanhou todo o drama que ela viveu. Ele deu muitos detalhes sobre o fato e a recuperação da mulher”, destacou Borges.

Na análise do promotor, o advogado assumiu o risco de matar no momento em que continua acelerando mesmo após atingir a vítima com o veículo. ” O que nós vamos mostrar é que essa tese dele é completamente inverossímil. A imagem fala por si. Quem viu a imagem não tem duvida do que aconteceu”, destaca.

“O réu tem a versão dele que a defesa vai tentar justificar, o que, ao nosso ver, é totalmente injustificável. Tem dois momentos: o do impacto e o que ele continua acelerando com ela por cima do capo, depois com ela caída no chão, como se tivesse passando por cima de um quebra-molas, o que pode ser determinante”, ressalta o promotor.

Assista ao vídeo do atropelamento:

Laudo pericial

O atropelamento ocorreu após uma discussão no trânsito entre os dois envolvidos. Paulo Ricardo é acusado de perseguir Tatiana até a casa dela e atropelá-la quando ia embora do local. O marido e o filho da vítima, à época, com 8 anos, presenciaram a cena.

“Ele passa por cima sem dó e sem remorso. É um crime filmado. A perícia oficial é bem clara no sentido de que mesmo se ela não tivesse dado esse passo pro lado não se pode excluir que ela não pudesse ser atingida. Ele continua acelerando após o contato. A expectativa do MPDFT é de que a pena chegue entre 12 a 15 anos”, diz o promotor.

Nesse sábado (22/7), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) apresentou o laudo pericial do caso. Considerado o tempo médio de reação do motorista, a velocidade desenvolvida e o tempo que o veículo levaria para parar totalmente após o acionamento dos freios, o laudo concluiu que não seria possível evitar a colisão entre o carro e a pedestre.

No entanto, o documento também demonstrou que o motorista poderia ter evitado passar por cima da vítima, caso tivesse iniciado o processo de desaceleração antes do instante definido como o início da transposição — o momento do atropelamento.

Sequelas

Por conta da tentativa de homicídio, como o caso foi qualificado pela Justiça, ela teve múltiplas lesões no quadril e no tornozelo, além de traumatismo craniano, o que a levou à UTI. Precisou de mais de um ano para recuperar parte de sua capacidade física, motora e mental, mas ainda depende de medicamentos caros e de fisioterapia, e precisará de vários tratamentos por tempo indeterminado.

Com a ajuda das equipes médicas do Hospital Brasília e da Rede Sarah e o apoio da família, ela está se recuperando das lesões, tendo retomado suas atividades laborais no começo deste ano, ainda que com limitações.

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