CPI ouve empresário suspeito de financiar atos golpistas e que doou para Bolsonaro
Adauto Lucio de Mesquita financiou atos antidemocráticos, participou de protestos, doou para Bolsonaro e citou auxílio da PM
atualizado
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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa ouve, nesta quinta-feira (4/5), o empresário Adauto Lucio de Mesquita (foto em destaque), bolsonarista apontado como financiador de atos antidemocráticos no Distrito Federal. A CPI investiga os atentados contra o resultado das urnas e vai questionar Adauto sobre a participação dele e de outros personagens na tentativa de golpe. A sessão teve início às 10h.
Um relatório da Polícia Civil aponta que Adauto “não somente financiou atos antidemocráticos como também participou efetivamente das manifestações em favor de intervenção militar”. Dono da rede Melhor Atacadista, o empresário também doou para a campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022.
Em um dos protestos a favor de Bolsonaro e contra o resultado das urnas, ele chegou a dizer que a Polícia Militar estava “ajudando”. “Chegando aqui no nosso local de evento. Já estamos abrindo as asas. Polícia Militar nos auxiliando aqui, galera chapa quente, fechou a via preparando pro trio chegar lá. Vai arrasar! Polícia Militar ajudando a gente. É hoje!”, comemorava.
Natural de Unaí (MG), o empresário tem 55 anos, mora em Águas Claras e tem mercados espalhados por Brasília, além de propriedades rurais em Goiás. Uma denúncia obtida pela Polícia Civil aponta que Adauto teria criado um grupo de WhatsApp para arrecadar dinheiro para o aluguel de lonas aos acampados em frente ao Quartel-General, além de ser o patrocinador de vários outdoors colocados no DF durante a campanha eleitoral em apoio a Bolsonaro.
“Cita o denunciante que, quando o ministro do Tribunal Superior Eleitoral Alexandre de Moraes proibiu outdoors em favor de candidatos a eleição, Adauto e seus sócios teriam orientado a empresa de publicidade a mudar as frases citando a Copa do Mundo para disfarçar o intuito político de tal publicidade”, traz o relatório da PCDF.
A assessoria de Adauto divulgou nota afirmando que “será provado que ele não cometeu qualquer ato contra a democracia brasileira”. Veja a íntegra:
“Sobre reportagens divulgadas nos veículos de comunicação do Distrito Federal acusando Adauto Lúcio Mesquita de envolvimento com os atos golpistas praticados no dia 8 de janeiro, a defesa do empresário acredita que os fatos serão esclarecidos e que será provado que ele não cometeu qualquer ato contra a democracia brasileira. O empresário jamais financiou qualquer movimento antidemocrático. É importante ressaltar que Adauto repudia veementemente os atos praticados no dia 8 de janeiro, que culminaram na destruição dos símbolos da democracia brasileira. O empresário é contra o vandalismo e a intolerância política, e acredita que a democracia é feita com pensamentos diferentes, mas jamais com violência. Assim como grande parte da população, Adauto acredita na justiça brasileira e espera que todos os envolvidos nos atos de vandalismo de 8 de janeiro sejam exemplarmente punidos.”