Relator da CPI no DF, Hermeto promete postura diferente de Eliziane
Dizendo que no Congresso aconteceu uma “CPI para as redes sociais”, com relatório politizado, Hermeto quer documento mais técnico
atualizado
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O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Distrito Federal, deputado distrital Hermeto (MDB), promete fazer um trabalho diferente daquele apresentado por Eliziane Gama (PSD-MA) no Congresso Nacional. Avaliando que os parlamentares federais fizeram uma “CPI para as redes sociais”, com relatório politizado, o relator da Câmara Legislativa quer apresentar um documento, segundo ele, mais técnico.
“Eu acho que a CPI do Congresso foi muito politizada. Foi uma CPI para as redes sociais. O deputado falava uma coisa e já postava no TikTok, no Instagram, enfim. Aqui, eu não vou tendenciar para isso. A relatora lá teve uma postura, eu vou ter outra”, afirmou Hermeto.
O relator da CPI do DF criticou, ainda, a “guerra política” de deputados de esquerda e direita, que, segundo ele, querem indiciar nomes que avaliam como culpados pelo 8 de Janeiro levando em conta o pensamento ideológico.
“É aquela guerra política na qual eu não vou entrar. Vou entrar em um aspecto técnico. Os delegados estão me assessorando para conduzir o relatório da melhor forma possível, tecnicamente. Se alguém for indiciado, vai estar escrito lá o por quê dele ter sido indiciado e qual o artigo que foi indiciado. E não tem pressão que venha que mude isso. Eu aguento pressão, não tenho problema nenhum.”
Como o Metrópoles mostrou, a CPI do DF também terá mais de um relatório. Até três documentos podem ser apresentados. Um oficial, mais ao centro, e dois alternativos, de deputados de esquerda e de direita. Os documentos, porém, devem ficar “na manga” dos distritais, que só devem apresentá-los caso não concordem com o texto lido por Hermeto.
Mesmo com a pressão em cima do trabalho de Hermeto, a expectativa é de que o deputado apresente um texto final que consiga trazer pontos de concordância entre direita e esquerda, indiciando alvos das duas vertentes políticas, como, por exemplo, generais do governo passado e membros da atual gestão. Assim, o relatório deve ser aprovado pela maioria.
O documento deve ser apresentado e votado em novembro. Uma reunião entre distritais aconteceria na próxima segunda-feira para debater o esqueleto do relatório, mas ela foi cancelada. Sendo assim, ele vai direto para a votação dos membros da CPI.
Outro cenário que se encaminha é o indiciamento de mais de 100 pessoas, mais do que o documento do comitê que tratou do mesmo tema no Congresso Nacional.
CPI no Congresso
A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), apresentou um documento com mais de mil páginas pedindo o indiciamento de 61 pessoas, entre civis e militares.
Na lista, constam nomes como o do ex-presidente Jair Bolsonaro, dos ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, e do ex-chefe da Ajudância de Ordens Mauro Cid.