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“Não recebi nenhum relatório”, diz ex-nº 2 do GSI sobre 8/1

General Penteado criticou “retenção” de dados da Abin por G. Dias, afirmando que houve falha no “fluxo de informações”

atualizado

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Rodrigo Fonseca/CMC
GDias Homem de cabelo grisalho e farda
1 de 1 GDias Homem de cabelo grisalho e farda - Foto: Rodrigo Fonseca/CMC

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, em andamento na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), ouve a partir das 10h desta segunda-feira (4/9) o general Carlos José Assumpção Penteado. Segundo o depoente, ele não recebeu relatório sobre manifestações violentas no 8 de Janeiro e o ex-ministro Gonçalves Dias não repassou dados da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

A sessão do colegiado, que normalmente ocorre às quintas, foi adiantada nesta semana por causa do feriado do Dia da Independência.

Acompanhe ao vivo:

Penteado era o número 2 do GSI, ocupando o cargo de secretário-executivo na gestão de Augusto Heleno, e se manteve no posto após a transição, trabalhando também com o general Gonçalves Dias. Ele acabou sendo exonerado do cargo e substituído pelo general Ricardo José Nigri ainda em janeiro.

Penteado deu entender que houve uma “retenção” de alertas da Abin pelo então ministro G. Dias, afirmando que eles não foram “disponibilizados oportunamente” para que se acionasse o Plano Escudo, de proteção ao Palácio do Planalto.

O general disse que foi convidado por Dias para se manter no GSI, ressaltou o trabalho de segurança realizado na posse do presidente Lula (PT) e comentou não ter tido acesso aos documentos de alerta para atos antidemocráticos. “Não recebi nenhum relatório, mensagem de WhatsApp ou contato telefônico alertando para a possibilidade de ações violentas na Praça dos Três Poderes”, disse.

O depoente ainda criticou essa falta de informações dizendo que a “dosagem de tropa” seria “bem maior do que aquela aplicada no dia 8” caso os dados da Abin fossem repassados a ele. Segundo ele, a tropa dentro do Palácio do Planalto naquela data contava com 133 militares, “que não foram suficientes para conter os manifestantes”.

Os deputados distritais levaram para apresentar na sessão uma série de manifestações políticas de Penteado. No Twitter, o general fazia críticas ao Partido dos Trabalhadores e compartilhava pensamentos de João Figueiredo sobre a tentativa da esquerda de implantar o “comunismo” no Brasil. “Minhas opiniões e pensamentos não são norteadores do trabalho funcional”, comentou, na Comissão.

O depoente ainda admitiu o contexto violento da manifestação de 8 de Janeiro, mas avaliou que nem todos os protestantes tinham essa característica.

“Era uma manifestação muito violenta, [mas] tínhamos de tudo. Tivemos gente que nos agrediu naquele dia, eu fui agredido, mas graças a proteção dos soldados, não fomos atingidos por pedras, extintores, cadeiras e tudo mais. Muita gente permaneceu na Esplanada, na Praça dos Três Poderes. Tínhamos manifestantes extremamente violentos, tínhamos gente que permaneceu no centro da Esplanada, tivemos gente que estava na Praça dos Três Poderes e tivemos quem invadiu Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo.”

Também na CPI do DF, G. Dias citou que o seu ex-secretário-executivo chegou a sinalizar um cenário de tranquilidade às 14h do dia 8 de janeiro.

“Por volta das 14h, eu estava inquieto e preocupado, pois assistia pela TV as manifestações e elas não batiam com o clima de controle que me havia sido descrito. Decidi ligar para o celular general Penteado, que me disse que estava ‘tudo normal’, ‘tudo tranquilo’, e que eu não precisava ir ao Palácio do Planalto. Mas permaneci inquieto e decidi ir até o Palácio”, disse o general G. Dias.

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