CPI do DF retira pedido de indiciamento de GDias, ex-ministro de Lula
Presidente da CPI, Chico Vigilante (PT) pediu retirada de nome de GDias entre os indiciados e conseguiu maioria dos deputados para aprovar
atualizado
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Após muitas brigas e polêmicas na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, os deputados distritais aprovaram a retirada do nome de GDias do relatório de indiciados, apresentado por Hermeto (MDB). O pedido da retirada foi feito pelo presidente do colegiado, Chico Vigilante (PT), e conseguiu 4 votos, representando maioria dos 7.
Marco Edson Gonçalves Dias é ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de Lula (PT). O nome dele no relatório, como indiciado, representava uma vitória para a direita, mas foi motivo de irritação para os petistas. Para Hermeto, ele deveria responder por abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
Mas uma grande articulação fez com que fosse possível que distritais da base do governo local votassem pela derrubada do indiciamento no texto final. Foram 4 votos favoráveis, de Chico Vigilante, Fábio Felix (PSol), Jaquele Silva (MDB) e Robério Negreiros (PSD).
O Metrópoles apurou que, nos bastidores, até a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, entrou em cena. Ela ligou para a presidência da CPI e pediu uma ação para resguardar GDias. Na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), o general também não constou como indiciado, gerando indignação da direita.
Brigas
A retirada se deu por meio de emenda ao texto. Quando o presidente da CPI anunciou a possibilidade de inclusão de emendas ao relatório, uma briga generalizada tomou conta do plenário. A direita, representada principalmente pelos deputados Paula Belmonte (Cidadania), Joaquim Roriz Neto (PL), Thiago Manzoni (PL) e pastor Daniel de Castro (PP), se manifestou contra qualquer emenda.
Sob gritos, os bolsonaristas acusaram o presidente da CPI de violar o regimento da Casa. Eles já sabiam que viria a retirada de GDias. Chico, por outro lado, leu os artigos do texto que permitem a inclusão de emendas. A sessão teve que ser suspensa para que o clima acalmasse.
Relatório
O documento traz uma divisão entre nomes mais fortes de pessoas de diferentes órgãos que, segundo o relator, deputado Hermeto, cometeram crimes, e segue com uma lista de supostos golpistas.
Na primeira parte, são esses os indiciados:
- Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues
- Cíntia Queiroz de Castro
- Fernando de Souza Oliveira
- Marco Edson Gonçalves Dias
Em seguida, constam mais 126 nomes:
- – Alceu Mognon;
- – Camila Sacal Ferreira de Lima;
- – Clelia de Macedo Rocha Gomes; e
- – Daniel Augusto Rizzi;
- – Debora Oliveira dos Santos;
- – Delvair Cecconi;
- – Eleandro Luedke;
- – Elisvaldo Martins De Lima;
- – Geiza Lamel Luedke
- Giancarlos Bavaresco;
- – Jaks Luciano de Oliveira;
- – Joraci Schein Sousa;
- – José Antônio Basilio;
- – José Antônio Ferreira de Oliveira;
- – José Carlos Avancini;
- – José Ostrowski.
- – Lecir Salete Lopes;
- – Luciano Souza Andrade;
- – Merabe Muniz Diniz Cabral;
- – Paulo Pesquero Ponce Silva;
- – Paulo Sérgio Olsen;
- – Renan do Nascimento Melo;
- – Rubens Alves De Abreu;
- – Tiago José Da Rocha Conti;
- – Valter da Rocha Nogueira Junior;
- – Vivaldo de Oliveira Paulo;
- – Wanderley Amaro Calixto
- Adailton Gomes Vidal;
- – Ademir Luis Graeff;
- – Adoilto Fernandes Coronel;
- – Adriano Luiz Cansi;
- – Alethea Veruska Soares;
- – Altair Vicente;
- – Amanda Lima Matias Monteiro;
- – Amir Roberto El Dine;
- – Andrea Baptista;
- – Arão Candido da Silva;
- – Ariadne Coutinho Meller;
- – Bianca da Costa Joaquim;
- – Bruno Marcos de Souza Campos;
- – Camila Colman Gonçalo;
- – Camila Sacal Ferreira de Lima;
- – Carlos Eduardo Oliveira;
- – Cesar Duarte Oliveira Carapia;
- – Claudia Reis de Andrade;
- – Cristiane Aparecida Machado da Silva;
- – Daniel Fochezatto
- – Daniel Soares Nascimento;
- – Delzuito Silva Gomes;
- – Diego Chagas Ribeiro Nascimento;
- – Diego Oki Silva;
- – Dyego Primolan Rocha;
- – Elaine France Silva Doanda França;
- – Eloni Carlos Mariani;
- – Emerson Violada;
- – Erlon Paliotta Ferrite;
- – Fernandes Batista Ramos;
- – Fernando Henrique Almeida Valadares;
- – Fernando José Ribeiro Casaca;
- – Francismar Aparecido Silva;
- – Genival José da Silva;
- – Gilmar Amaral Diniz;
- – Giselle dos Santos Grein;
- – Jasson Ferreira Lima;
- – Jean Franco de Souza;
- – Jeanfrander Talmel de Araújo;
- – João Carlos Baldan;
- – Joao Carlos Baldan;
- – Jonata Luiz Batista;
- – Jorge Rodrigues Cunha;
- – Jorginho Cardoso de Azevedo
- – José Carlos Pimentel;
- – José Márcio de Simoni Silveira;
- – José Roberto Bacarin;
- – Josefina Tavares;
- – Josiany Simas;
- – Juliano Pereira Macena;
- – Lenir A. C. Rodrigues;
- – Leomar Schinemann;
- – Loui Parma Carvalho;
- – Luis Roberto Bragaia;
- – Luzimar Ferreira de Lima;
- – Magda Eliana Lima;
- – Marcelo Panho;
- – Marcio Vinícius Carvalho Coelho;
- – Marcos Antônio da Silva;
- – Marco Edson Carvalho da Silva;
- – Marcos Oliveira Queiroz;
- – Maria Batista Oliveira;
- – Maria Janete Ribeiro Almeida;
- – Marilete dos Santos Vargas;
- – Marina Aparecida de Oliveira;
- – Maristela Silvana Tombesi;
- – Marlene Reckziegel;
- – Marlon Diego Deoliveira
- – Michely Paiva Alves;
- – Monica Regina Antoniazi;
- – Neldagmar Rodrigues dos Santos;
- – Nelson Assunção da Silva;
- – Nivea Alves C. Azevedo;
- – Odivan Betcel Bentes;
- – Orlando Martins do Amaral Junior;
- – Pablo Henrique da Silva Santos;
- – Patrícia dos Santos Alberto Lima;
- – Paulo Henrique Carvalho Villa;
- – Paulo Roberto Martins;
- – Paula Barcellos Tommasi Correa;
- – Pedro Luis Kurunczi;
- – Renata Simoso Manera;
- – Rodrigo de Souza Lins;
- – Rodrigo Queiroz Brunaldi;
- – Ronei de Jesus Pereira;
- – Rosangela de Macedo Souza;
- – Ruti Machado da Silva;
- – Scheila Maria Casagranda;
- – Sheila Mantovanni;
- – Siderio Inácio Rambo;
- – Sidneia Brabdt;
- – Silvana Souza de Almeida
- – Sulani Antunes Santos;
- – Terezinha de Fátima Issa da Silva;
- – Tiago Ruam Sarcella;
- – Vanderson Slves Nunes;
- – Wagner Freire Ferreira Filho;
- – Wanderlei de Abrel Freire; e
- – Yette Santos Soares Nogueira
Também constam no texto, o crime pelo qual cada um deve responder, no entendimento da CPI, e a prova da ação criminosa. A leitura terá início às 9h em plenário.
Em andamento na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), a Comissão apura desde fevereiro os ataques contra a democracia de 12 de dezembro de 2022 e do 8 de Janeiro.
A CPI dos Atos Antidemocráticos se tornou histórica na Casa e no DF. Em andamento há nove meses, a Comissão ouviu 31 pessoas entre fevereiro e novembro.
Foram colhidos depoimentos de autoridades, como ex-ministros, generais, membros da alta cúpula da Polícia Militar do DF (PMDF) e da Secretaria de Segurança Pública (SSP), e de figuras-chave da tentativa de golpe, como lideranças e financiadores.