CPI decide nesta 5ª se ouvirá major preso por liderar acampamento bolsonarista
Cláudio Mendes dos Santos foi preso pela Polícia Federal, na última semana. Caso pedido seja aprovado, deputados definirão data para oiti
atualizado
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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) terá nova reunião nesta quinta-feira (29/1). Na pauta do encontro, além da oitiva do tenente-coronel da Polícia Militar (PMDF) Jorge Henrique da Silva Pinto, haverá votação do requerimento para que o colegiado ouça o major da reserva da corporação que liderou o acampamento golpista em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília, Cláudio Mendes dos Santos.
O requerimento, de autoria do distrital Fábio Felix (PSol), será votado pelos integrantes da comissão nesta quinta-feira (29/3). Caso aprovado, haverá marcação de data para oitiva do major.
Cláudio Mendes dos Santos, 49 anos, ficou por mais de 60 dias no acampamento bolsonarista em frente ao QG do Exército e fugiu após os atos golpistas cometidos em 8 de janeiro.
Posteriormente, via WhatsApp, ele chegou a comemorar: “Ainda não ‘tô’ preso”. O militar foi detido no âmbito da operação Lesa Pátria, no Riacho Fundo, região administrativa do Distrito Federal.
As investigações revelaram que o major teria ensinado táticas de guerrilha para os participantes do acampamento. O PM usava do título para endossar discursos a favor de uma intervenção antidemocrática no país.
O oficial era um dos que mais discursava no palco improvisado, montado em um caminhão estacionado no acampamento, e chegou a levar o filho de 8 anos para o local de concentração dos bolsonaristas. Ele se apresentava como “major Cláudio Santa Cruz” e se vangloriava por ter sido do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).
Oitiva
O tenente-coronel Jorge Henrique deveria ter sido ouvido na última quinta-feira (23/1), mas teve o depoimento adiado. A expectativa é de que ele explique possíveis falhas operacionais e de planejamento que levaram à invasão das sedes dos dos Três Poderes, em Brasília, na tentativa de golpe orquestrada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas urnas.
O militar fez, ao menos, sete avisos antes dos atos extremistas de 8 de janeiro. Um dia antes, o tenente-coronel da PMDF começou a enviar mensagens de alerta em um grupo com autoridades da Segurança pública sobre a chegada à capital federal de bolsonaristas que teriam intenção de compor o movimento chamado “Tomada do Poder”.
Requerimentos
Outros requerimentos que devem ser votados pela CPI nesta quinta-feira (29/3) incluem o que pede acesso à lista de pessoas hospedadas no Distrito Federal entre 6 e 9 de janeiro. A solicitação partiu do deputado Pastor Daniel de Castro (PP).
Ele também é autor de requerimentos que pedem acesso a documentos trocados entre a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e o Exército Brasileiro (EB) sobre o acampamento bolsonarista em Brasília.
O deputado quer pedir, ainda, que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) repasse detalhes sobre ônibus e passageiros que chegaram ao Distrito Federal entre os dias 1º e 8 de janeiro de 2023.
Além desses requerimentos, o deputado Fábio Felix (PSol) protocolou pedido de informações sobre a difusão dos relatórios de inteligência da SSP-DF.