CPI da CLDF deve ter mais pedidos de indiciamento do que CPMI do 8/1
Presidente da CPI acredita que trabalho da Câmara Legislativa trará elementos que permitirão pedir o indiciamento de mais investigados
atualizado
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O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Distrito Federal deve incluir mais pedidos de indiciamento do que o documento do comitê que tratou do mesmo tema no Congresso Nacional. A informação foi adiantada pelo presidente do grupo na Câmara Legislativa (CLDF), Chico Vigilante (PT), nesta quinta-feira (19/10).
Questionado sobre o relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, Chico afirmou que o texto da CPI da CLDF será diferente. “Inclusive, no número de indiciados. Devemos ter mais aqui do que [no caso] da CPMI”, respondeu o presidente.
A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), apresentou um documento com mais de mil páginas que pedem o indiciamento de 61 pessoas, entre civis e militares. Na lista, constam nomes como o do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), dos ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, e do ex-chefe da Ajudância de Ordens Mauro Cid.
Um “esqueleto” do documento que será apresentado pela CLDF e discutido este mês, com possibilidade de votação em novembro, está pronto.
“O relatório tem sido elaborado gradativamente, por uma equipe altamente qualificada: delegados da Polícia Civil, escrivãs e agentes que trabalham em todos os depoimentos. A estrutura dele será apresentada em 30 de outubro, para marcação do dia da votação em Plenário”, completou Chico Vigilante.
O relator, deputado distrital Hermeto (MDB), não quer que a CPI peça indiciamento de pessoas que não foram ouvidas. Essa é uma das críticas do parlamentar em relação ao texto do Congresso Nacional. Mas, para o presidente da comissão na Câmara Legislativa, não ter comparecido à sessão não pode ser uma espécie de “habeas corpus” para evitar a acusação.
“A gente pode não ter ouvido a pessoa, mas ter recebido relatórios”, ressaltou Chico, que, apesar de compor o quadro do Partido dos Trabalhadores, o deputado prometeu não “aliviar ninguém por causa de bandeira partidária”.
Depoimento cancelado
Cláudio Mendes dos Santos, major da reserva da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) que liderou o acampamento golpista em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, seria ouvido pela CPI da CLDF nesta quinta-feira (19/10), mas passou mal e teve a oitiva desmarcada.
O depoente alegou ter se sentido mal quando a escolta da polícia o buscou no presídio. Ele acabou encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São Sebastião e terá o depoimento remarcado.