Covid em queda: 77% dos testes feitos no DF em outubro foram negativos
Proporção de casos negativos registrados pelo Lacen-DF subiu de 68% para 77% em um mês. Taxa de transmissão também caiu e está em 0.72 no DF
atualizado
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O Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen-DF) registrou queda na proporção de resultados positivos nos exames para detectar a Covid-19. Nos 28 primeiros dias de outubro, das 19.868 amostras coletadas, 77% foram negativas. Em setembro, o índice ficou em 68%. Em média, a análise ocorre em menos de 24 horas.
De acordo com o secretário adjunto de Assistência à Saúde, Fernando Erick Damasceno, os diagnósticos rápidos permitem planejar desde o atendimento individual de um paciente – para decidir, por exemplo, se ele ocupará um leito convencional ou um voltado para o tratamento da Covid – até o planejamento de toda a atuação da pasta distrital.
“O apoio de diagnóstico está intrinsecamente envolvido em todo o processo de condução dos casos. E a quantidade de testes positivos vem diminuindo consideravelmente”, explica.
Transmissão da Covid-19
A tendência de queda também pode ser notada por meio da taxa de transmissão do novo coronavírus. Nesta segunda-feira (1º/11), na capital federal, o índice RT está em 0.72. Há sete dias, o RT estava em 0.81. Há três dias, a taxa de transmissão estava em 0.74; no domingo (31/10), era 0.73.
O índice RT em 0.72 significa que cada 100 pessoas infectadas transmitem o vírus para outras 72. A queda na transmissão e no número de casos também reflete na ocupação de leitos de UTI, UCI e com suporte de ventilação mecânica.
Nesta segunda, a ocupação de leitos de UTI e UCI está em 50%, e a taxa daqueles com suporte de ventilação mecânica está em 25%, mesmo índice observado nas enfermarias.
Sequenciamento genômico
O Lacen-DF também tem atuado na chamada vigilância genômica, que é a identificação das variantes do novo coronavírus encontradas no Distrito Federal. “Passamos pela variante P1, que é a de Manaus, e estamos com a predominância com a Delta”, afirma a diretora do laboratório, Grasiela Araújo da Silva.
O trabalho de sequenciamento genético começou no início de 2021, com a aquisição de insumos pela Secretaria da Saúde. O Lacen-DF também foi contemplado com um equipamento de sequenciamento genômico de última geração, enviado pelo Ministério da Saúde. Houve ainda a parceria com a Universidade de Brasília (UnB) para um projeto de pesquisa na área.
De acordo com a diretora, o laboratório realiza a vigilância genômica e adota como critério casos de reinfecção, óbitos e pacientes muito graves. Isso permite compreender melhor a evolução da pandemia no DF.
1,5 mil análises por dia
Para garantir a celeridade dos exames, dos 240 servidores que trabalham no Lacen, em torno de 60 funcionários se revezam em turnos para manter o laboratório ativo por 24 horas para o diagnóstico da Covid-19 – inclusive aos sábados e domingos –, um regime de plantão iniciado em março de 2020. Isso permitiu superar a marca de 1,5 mil exames analisados por dia. No início da pandemia, a capacidade diária era de 350.
De acordo com a diretora do Lacen-DF, as tecnologias e as experiências incorporadas ao longo da pandemia vão ajudar a ampliar a capacidade do laboratório no acompanhamento de outras doenças. “Há um legado. Nós trabalhamos com a possibilidade de sequenciamento genético de outros vírus e de bactérias”, diz Grasiela Araújo da Silva.
Entre os focos, constam a hanseníase, a tuberculose e as chamadas superbactérias. O Lacen-DF também já se destacava no monitoramento das doenças respiratórias, com o acompanhamento de 11 vírus diferentes. “Nosso objetivo é saber o que circula para saber se prevenir e tomar as ações públicas necessárias”, finaliza a diretora do laboratório.