Covid: cartórios do DF registram alta de 12% em óbitos após pandemia
O levantamento foi realizado junto aos Cartórios de Registro Civil do DF entre janeiro e outubro dos anos pesquisados
atualizado
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O número de óbitos registrados, entre janeiro e outubro deste ano, no Distrito Federal, é 12,7% maior do que o patamar anterior à pandemia de Covid-19, em 2019. Em número absolutos, foram 14.212 óbitos, no período mais recente, frente aos 12.604 do anterior. Os dados constam no Portal de Transparência do Registro Civil, administrado pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil).
Na comparação com os números dos anos onde a pandemia esteve em alta, é possível verificar uma redução de 23,7% em relação ao ano passado, que totalizou 18.652 mortes, e de 8,4% em 2020, quando computou-se um total de 15.516 óbitos.
Ainda de acordo com o levantamento, entre 2010 e 2019, a média de evolução de mortes variou, em média 1,3%. No período, a maior variação registrada no número de óbitos foi em 2014, quando a taxa de crescimento alcançou a marca de 7,2%.
Para Gustavo Renato Fiscarelli, presidente da Arpen-Brasil, apesar da diminuição no caso de óbitos por Covid, é possível notar o crescimento do índice referente a outras doenças.
“Os números dos Cartórios de Registro Civil mostram mais uma vez, em tempo quase que real, o retrato fidedigno do que acontece com a população brasileira. Embora haja uma diminuição nos óbitos por Covid-19, notamos crescimento de óbitos por outras doenças, como a pneumonia, doenças do coração e septicemia, que podem vir a ser consequências de sequelas da Covid. A partir desses dados, é possível pensar em políticas de saúde pública e prevenção a essas doenças”, aponta.
No mesmo período de 2021, foram registradas 1.658 mortes causadas pelo novo coronavírus frente a 518 neste ano. No entanto, outras doenças, algumas delas relacionadas a sequelas da doença passaram a registrar crescimento diferenciado no DF.
Segundo o levantamento, o número de óbitos por pneumonia passou de 535, entre janeiro e outubro de 2021, para 733 no mesmo período de 2022, o que representa um aumento de 37%. Em 2020, foram 680 mortes pela doença nos 10 primeiros meses do ano, enquanto 2019 registrou 626 óbitos causados por pneumonia.
Outra doença que apresentou crescimento de acordo com os dados foram as mortes por septicemia. Foi registrado aumento de 20,1% de janeiro a outubro de 2022, em relação ao mesmo período de 2019.
Neste ano foram, computadas 580 mortes causadas pela infecção generalizada grave do organismo, enquanto em 2019 foram 483 óbitos no mesmo período. Já nos anos auge da pandemia, 2021 e 2020, foram catalogados 478 e 486 óbitos por este tipo de doença, respectivamente, o que representa um aumento de 21% em 2022, em relação a 2021, e de 19%, em relação a 2020.
Outro número que chama atenção no levantamento diz respeito ao número de mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Entre 2019 e 2022, houve um salto de 162,5% nos registros de óbitos por esta doença respiratória. Em números absolutos, foram contabilizadas 21 mortes por SRAG nos 10 primeiros meses deste ano frente a 8 registros para o mesmo período de 2019. Em relação ao ano passado, houve aumento de 10,5% no número de óbitos, quando houve 19 registros de mortes por esta doença.
Outro dado observado foi o números de óbitos registrados pelos cartórios do Distrito Federal relacionados ao crescimento de mortes por doenças do coração. Entre janeiro e outubro deste ano, na comparação com o mesmo período de 2019, cresceram as mortes por Causas Cardiovasculares Inespecíficas (31,7%), AVC (24,7%) e Infarto (18%).