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Covid-19 trava adoção de irmãos e casal mantém vínculo com cartas

Marcos e Bianca estavam em estágio avançado para concluir a adoção de duas meninas e um garoto, mas visitas tiveram de ser suspensas

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Mesmo com isolamento, famílias seguem com processo de adoção com videochamadas, ligações e cartas
1 de 1 Mesmo com isolamento, famílias seguem com processo de adoção com videochamadas, ligações e cartas - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A ameaça do novo coronavírus interrompeu, momentaneamente, o processo de adoção de 18 crianças e adolescentes do Distrito Federal. Mas, para 10 famílias em formação, a conexão de amor e esperança entre futuros pais e filhos foi preservada por meio videochamadas, ligações e cartas.

O servidor público Marcos André Stamatto Passarela, de 37 anos, e a professora Bianca Vieira Passarela, 38 anos, vivem o estágio de convivência para a adoção uma menina de 2 anos, um menino de 8 e outra garota, de 11. Os três são irmãos.

O casal já tinha adotado um filho, em 2016 e, por amor, decidiu aumentar a família. A convivência com as três crianças começou em 11 de fevereiro deste ano. A cada encontro, novos laços de amizade e carinho eram estabelecidos.

Veja a historia Marcos e Bianca em busca da nova família:

“Tudo vinha muito bem, com uma sintonia incrível”, contou Marcos. As crianças chegaram a passar uma noite na casa do casal, como parte do protocolo de adoção e, naquele dia, Marcos e Bianca tiveram plena convicção de que queriam laços eternos com os pequenos.

No dia seguinte, porém, uma ponta de tristeza se abateu sobre as crianças e o casal. Isso porque em função do isolamento social estabelecido para conter o avanço da pandemia mundial do coronavírus, a Justiça do Distrito Federal suspendeu as visitas.

“É um sentimento de impotência. A gente sabe que o isolamento é necessário, mas dá um aperto no coração. Foi muito muito frustrante na hora”, lamentou Bianca. Marcos é diabético e, por isso, integra o grupo de risco da Covid-19.

Os irmãos também sofreram. Logo depois de experimentarem o sabor de uma nova família, tiveram uma frustração, mas estão cientes de que o sonho foi apenas adiado.

 

Confira as imagens de Marcos e Bianca preparando o quarto para as crianças:

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Um dia antes do isolamento social as crianças dormiram na casa do casal. Foi a primeira experiência plena de família
Marcos e Bianca já consideram as crianças como seus filhos
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Por videochamadas, Marcos e Bianca continuam a ver as crianças que querem adotar

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Um dia antes do isolamento social as crianças dormiram na casa do casal. Foi a primeira experiência plena de família

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Marcos e Bianca já consideram as crianças como seus filhos

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A Vara da Infância e da Juventude do DF (VIJ-DF), pertencente ao Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT), se mobilizou para não deixar o contato morrer. Como o estágio de convivência estava em fase avançada e com sinais positivos, a instituição permitiu a sequência do processo pela internet e pelo telefone.

O vínculo passou a ser feito por meio de videochamadas. Os futuros pais também passaram a enviar cartas para as duas meninas e o garoto.

Leia as cartas de Marcos e Bianca para as crianças:

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Separadamente juntos

As videochamadas ocorrem com o acompanhamento de psicólogas da instituição de acolhimento. As ligações são diárias. “Para mim, já são meus filhos”, assinalou Marcos. “Sei que é pouco tempo, mas já temos a ligação, o vínculo, o afeto. Eles trouxeram alegria para nossa casa”, completou Bianca..

Passos tranquilos

Após o fim da quarentena, o casal espera seguir com o processo de adoção. Segundo o supervisor da área de adoção da VIJ-DF, Walter Gomes, contando com Marcos e Bianca, 10 famílias em formação receberam a mesma oportunidade. No total, os processos envolvem o futuro de 18 crianças e adolescentes.

De acordo com Gomes, a suspensão das atividades foi necessária para preservar vidas.

VIJ usa tecnologia para manter chama da adoção acessa:


“A gente trabalha muito pensando na celeridade, que é imprescindível para que uma criança que se encontra em um ambiente institucional possa, finalmente, experimentar o pertencimento familiar e o aconchego da família”, afirmou.

Atualmente, no DF existem 549 famílias habilitadas para adoção.

Ajuda

No DF, 107 crianças e adolescentes estão aptos para adoção. Eles estão distribuídos nas 14 instituições de acolhimento existentes na capitao do país..

De acordo com Walter, as instituições de acolhimento também enfrentam dias difíceis. “Elas precisam de ajuda, de solidariedade. Precisam de mantimentos, álcool em gel, itens de limpeza”, destacou. Quem quiser ajudar pode conferir a lista das entidades, com os contatos, no link.

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