Covid-19: Samu do DF tem 17 dos 22 respiradores mecânicos quebrados
Equipamento é essencial em diversos atendimentos, incluindo de pacientes com crises respiratórias causadas pelo novo coronavírus
atualizado
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O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência do Distrito Federal tem apenas cinco ventiladores mecânicos para o socorro de pacientes em suas unidades de suporte avançado. Documento encaminhado à direção do Samu-DF pela área de apoio operacional da Secretaria de Saúde informa que, nos últimos dias, vários equipamentos foram danificados e, em virtude da pandemia de coronavírus, não há peças para manutenção. O ofício é datado dessa quinta-feira (07/05).
De acordo com o despacho, dois respiradores da marca Drager chegaram a ser enviados ao conserto, mas voltaram quebrados, apresentando alto consumo de oxigênio. Outros 16 também carecem de reparos. Diante da falta de contrato de manutenção, foi solicitado apoio da Diretoria de Engenharia Clínica da pasta local, que não conseguiu sanar os problemas e pediu auxílio do Instituto de Gestão Estratégica (Iges).
“Entramos em contato com a Engenharia Clínica e nos foi informado que eles aguardam a chegada de peças importadas”, diz o despacho encaminhado ao Samu-DF.
Os equipamentos são essenciais em atendimentos diversos, inclusive nos de pacientes com a Covid-19 e com dificuldades de respirar, um dos sintomas mais severos da doença que já infectou 2.262 pessoas e matou outras 35 na capital do país.
Os defeitos nos aparelhos são os mais variados: danos na conexão da válvula respiratória, peças do circuito estragadas, consumo excessivo de oxigênio e ventilador sem capacidade de reter a carga.
Com tantas baixas, a gerência operacional da SES/DF confirmou que o Samu atua, hoje em dia, com apenas quatro ventiladores Magnamed e um da marca Drager. Em plena pandemia de Covid-19, a falta desses equipamentos nas viaturas preocupa os servidores que trabalham na ponta do atendimento.
Confira documento:
Traumas
Não são apenas os infectados pelo coronavírus que podem ter o quadro agravado com a carência dos ventiladores. Em caso de acidentes que resultem em traumas ou pessoas que sofram infarto, os doentes precisam ser entubados.
O presidente do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF), Farid Buitrago Sáchez, ressalta que cada unidade consegue transportar somente um paciente e que há uma “preocupação grande com as vítimas de traumas”.
Em fevereiro, duas unidades de suporte avançado do Samu foram reabilitadas pelo Ministério da Saúde. A previsão era de que oito ficassem prontas até o final de 2020, mas, com a pandemia de coronavírus, as peças começaram a faltar. A nova estimativa é que cheguem em cerca de 180 dias.
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde afirmou que os respiradores quebrados “não comprometem o atendimento do Samu”.