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Covid-19: população de rua teme ter que sair de abrigo em autódromo do DF

Há quatro meses instalados no local, os abrigados temem voltar às ruas em pleno pico da pandemia de coronavírus

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Pessoas em situação de rua alocadas no Autódromo de Brasília realizaram, nesta quinta-feira (16/07), uma manifestação por temerem precisar sair do abrigo montado no local em pleno o pico de mortes pelo novo coronavírus. Isso porque o contrato do Instituto Tocar – que mantém  a estrutura – com a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF) se encerra no próximo dia 6 de agosto.

Há quatro meses, aproximadamente 600 pessoas em situação de rua da área central de Brasília, especialmente do Setor Comercial Sul e que ficavam perto do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), foram alocadas na unidade de acolhimento provisório. O objetivo é que essas pessoas não fiquem expostas à Covid-19.

Nos alojamentos ficam no máximo quatro pessoas por dormitório. Elas têm acesso à água potável, chuveiros e alimentação. Segundo os organizadores do movimento que luta pela continuidade do contrato, 40% são idosos, outros 30% vieram de outros estados por causa de tratamento de saúde em Brasília e os demais, 30%, são, de fato, moradores de rua.

“Nós fomos informados na segunda-feira (13/7) de que teríamos que deixar o autódromo no dia 4 de agosto. Foi uma surpresa e recebemos com muita tristeza, porque aqui passaram cerca de 600 pessoas e, atualmente, temos quase 200 e ninguém foi infectado [com a Covid-19]”, lamenta Itamar Nunes, que é indígena. Morador de Manaus, ele trata um câncer no Hospital de Base e, após as sessões, dormia na rua.

“As assistentes sociais estão tentando transferir pessoas para os albergues, mas eles já estão lotados. Saindo daqui, as pessoas do grupo de risco estarão condenadas à morte”, completa Itamar Nunes.

A princípio, os moradores pedem que o governo prorrogue o contrato com o Instituto Tocar por pelo menos mais dois ou três meses, até que a Secretaria de Desenvolvimento Social os insira em algum programa.

Sem definição

Em nota, a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) informou que avalia a melhor medida a ser tomada sobre as unidades dos Alojamentos Provisórios do autódromo e de Ceilândia voltados à população em situação de rua. Segundo a pasta, hoje, no autódromo são 188 alojados. Em Ceilândia, 183.

A presidente do Instituto Tocar, Regina Almeida, informou que, ainda nesta sexta-feira (17/7), apresentará um novo plano de trabalho para que os atendimentos nos abrigos provisórios continuem a ser oferecidos, mas que depende do governo dar continuidade aos serviços.

“Nós estamos prontos para continuar a oferecer os serviços e estamos aqui para servir a comunidade. A princípio, depende do governo manter o funcionamento dos serviços, uma vez que ninguém quer voltar para as ruas, ainda mais no período de platô da pandemia de coronavírus”, destacou.

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Eles pedem mais tempo para serem inseridos em programas do governo e conseguirem abrigos para fugirem da Covid-19
Nesta quinta-feira eles protestaram por causa da incerteza
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Moradores de rua temem despejo de estrutura provisória no autódromo

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