Covid-19: MPDFT recomenda protocolo de enterro a cemitérios
Empresa responsável pelo setor no Distrito Federal afirma que cumpre normas desde o dia 17 de março
atualizado
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Os cemitérios Campo da Esperança, no Distrito Federal, precisam cumprir o protocolo definido pelo GDF para enterros de mortos pelo novo coronavírus. Entre as medidas está o uso de caixões lacrados. A recomendação é do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT).
O Protocolo de Manuseio de Cadáveres e Prevenção para Doenças Infectocontagiosas de Notificação Compulsória, com ênfase na Covid-19, foi elaborado pelas secretarias de Segurança Pública (SSP), Justiça e Cidadania (Sejus) e Saúde (SES).
Confira a recomendação:
Recomendacao MPDFT by Leonardo Meireles on Scribd
O objetivo é evitar qualquer tipo de contágio, uma vez que “cadáveres de pessoas falecidas de Covid-19 podem constituir um risco biológico”, diz o MPDFT. Outra medida apontada pelo protocolo é que o sepultamento deve ser realizado apenas com os familiares, em ambiente aberto e duração máxima 30 minutos.
De acordo com a recomendação do órgão, os cemitérios da Campo da Esperança devem ter uma área específica para receber os caixões. Os enterros precisam ocorrer, no máximo, em um prazo de 24 horas. Por isso, têm prioridade.
A empresa também deve comunicar ao MPDFT, em 72h, as providências adotadas para que o protocolo seja cumprido. Isso inclui “logística de recepção de cadáveres infectados ou suspeitos; armazenamento; identificação; e sepultamento dentro do prazo máximo de 24h”.
Veja o protocolo:
Protocolo de Manuseio de Cadaveres by Metropoles on Scribd
Jazigos e caixões
De acordo com informações da Sejus, pedidas pelo Ministério Público, há 1.750 novos jazigos com três gavetas, o que significa capacidade para o sepultamento de 5.250 corpos no DF. Existem, também, 600 caixões em estoque e 1,5 mil em processo de aquisição.
A pasta também garantiu que a construção do primeiro crematório da capital está em processo avançado.
Até o dia 1º de abril, a empresa Campo da Esperança tinha quatro sepultamentos, sem velórios, de vítimas suspeitas de contaminação pelo novo coronavírus no DF. Contudo, pondera a concessionária, o resultado do exame de três cadáveres descartou a infecção.
O outro lado
Em nota, a Campo da Esperança Serviços informou que “segue os protocolos estabelecidos pelo Governo do Distrito Federal desde 17 de março, antes mesmo da publicação no DODF, no dia 27”. A concessionária afirmou, ainda, que “está totalmente alinhada com o GDF no que diz respeito aos procedimentos necessários durante a pandemia da Covid-19”.
A empresa que administra os cemitérios do DF explicou também que a área reservada às vítimas é somente para a recepção dos corpos, e não para o sepultamento: “Em cada cemitério, reservamos uma capela (usada normalmente para velórios) para realizar esse procedimento de maneira isolada, conforme o protocolo”.