Covid-19 e gripe H3N2 causam corrida e filas por testes no DF
Pacientes com sintomas enfrentaram demora para testagem em Ceilândia. A rede pública registrou aumento de 50%
atualizado
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O número de pacientes em busca de teste para Covid-19 e gripe disparou no Distrito Federal. Após as festas de Ano-Novo e diante da variante Ômicron e da H3N2, pessoas com sintomas formaram filas na rede pública. Algumas não conseguiram realizar a testagem. Nas unidades privadas, houve aumento de 50% em relação à primeira semana de dezembro de 2021.
Até mesmo durante a madrugada foi possível encontrar filas em laboratórios privados que funcionam 24 horas por dia. A reportagem do Metrópoles flagrou, em um deles, na Asa Sul, pessoas pacientes que estavam esperando há mais de duas horas para fazer o teste PCR para Covid-19.
Além da alta demanda pela madrugada, uma atendente informou que, em função do horário, os planos de saúde estavam demorando mais para liberar os procedimentos.
Na manhã desta terça-feira (4/1), pacientes com sintomas gripais enfrentaram uma longa fila na Unidade Básica de Saúde (UBS) 15 de Ceilândia. Segundo profissionais de saúde, há falta de médicos. Sem uma cobertura, as pessoas ficaram expostas ao Sol enquanto persistiam em busca do teste.
Fila para testagem de Covid e Influenza:
“Não colocaram uma tenda. Todo mundo ficou no Sol. E se chovesse? Tem gestante, criança. Tem muita gente saindo sem testar. E quem consegue atendimento não recebeu o atestado médico. E a pessoa tem que voltar para o emprego mesmo com a suspeita”, criticou uma paciente que pediu anonimato.
Além das UBS, a rede pública montou pontos de testagem no Aeroporto Internacional de Brasília e na Rodoviária do Plano Piloto. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Os resultados saem em 30 minutos. Mesmo pessoas vacinadas que têm contato com infectados devem fazer o teste.
“Estou com febre, dor de cabeça, pelo corpo, costas, ouvido. Também tenho tosse. E me deixaram 30 minutos em pé debaixo do Sol”, afirmou uma mulher, que também pediu anonimato. Ela buscou a UBS justamente para saber se havia contraído ou não Covid-19 ou a nova gripe.
O Sindicato dos Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas (Sindlab-DF) observou o aumento da procura por testes na rede particular logo após as festas de fim de ano. Segundo o presidente do Sindlab-DF, Alexandre Bitencourt, algumas unidades particulares registram grandes filas.
“Pelos relatos que recebemos da nossa base de associados, houve um aumento de 50% em relação ao número normal de testes na primeira semana de dezembro do ano passado. É muita coisa”, contou. Na comparação com julho de 2021, durante um dos períodos mais críticos da pandemia, o aumento foi de 15%.
H3N2
“A gente tem observado que esse aumento está associado à gripe H3N2, que já está assolando o Rio de Janeiro (RJ) e Recife (PE). E a gente está vendo que a gripe está chegando a Brasília também. Estamos tendo diagnósticos positivos de Covid e também da influenza”, alertou. O aumento de testes era esperado em função das festas de fim de ano.
Segundo Bittencourt, a rede particular está preparada para atender a demanda. A princípio, não há falta de reagentes ou de insumos. No entanto, no caso da Influenza, existe risco de falta de testes dentro de 30 dias, caso a demanda continue no patamar atual. Os fornecedores estão apresentando dificuldade no fornecimento de novos kits.
“A testagem faz parte do diagnóstico da doença. E quanto mais cedo ela for diagnosticada, menos ela se dissemina. Porque o diagnóstico inicial faz com que a pessoa fique de quarentena em casa e evita a transmissibilidade da doença”, explicou.
Na rede particular, em média, o teste para Covid-19 custa R$ 79. A testagem para H3N2 tem o preço de R$ 139.
Outro lado
O Metrópoles entrou em contato com a Secretaria de Saúde sobre a questão. O espaço está aberto para eventuais comentários da pasta.