Covid-19: “Atividades essenciais do Metrô-DF estão em risco”, diz diretor
Déficit financeiro e econômico da Companhia já é de R$ 62,3 milhões e pode chegar a R$ 73 mi. Entre os motivos, está a queda de arrecadação
atualizado
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A situação econômico-financeira da Companhia do Metropolitano do DF para 2020 é preocupante e pode inviabilizar operações essenciais do sistema. A informação consta em circular escrita pelo diretor financeiro e comercial do metropolitano, Luiz Carlos Tanezini.
No documento, Tanezini alerta que, devido à previsão de queda na arrecadação e ao aumento de despesas relacionadas ao combate da proliferação do novo coronavírus, o Metrô tem um déficit orçamentário e financeiro de R$ 62,3 milhões. O valor poderá ser elevado para R$ 73,7 milhões, caso a falta de repasses financeiros permaneça.
No documento, Tanezini recomenda que as diretorias da Companhia priorizem a redução de gastos, revisem contratos, não promovam reajustes naquilo que seja possível e não façam mais contratações que causem despesas.
O diretor pede, ainda, que qualquer nova contratação seja avaliada. Segundo ele, deve-se observar a real necessidade e a possibilidade de reduzir custos e aumentar receitas no curto e longo prazos.
No documento, o Tanezini faz um apelo e diz que o Metrô já está em “risco”: “Ressaltamos que todas essas medidas têm o condão de evitar a paralisação das atividades essenciais da Companhia, que já estão em risco”, diz Tanezini.
Para evitar o colapso, ele pede que o Metrô encaminhe à Gerência Econômico-Financeira, até a próxima sexta-feira (15/05), um cronograma de desembolsos mensais das contratações vigentes de toda a Companhia. A intenção é analisar prioridades e possíveis cortes.
Operações mantidas
Por meio de nota, mesmo diante da afirmação do diretor sobre o risco de danos às atividades essenciais, o Metrô-DF afirmou que “presta um serviço essencial à população do Distrito Federal e não há qualquer cenário de paralisação do sistema, que continuará operando com plena capacidade, inclusive durante a pandemia”, disse.
Ainda segundo o metropolitano, o documento interno ao qual o Metrópoles teve acesso refere-se a uma análise orçamentária rotineira, que faz parte do processo de gestão de riscos da Companhia.
“Como qualquer órgão público ou empresa, pública ou privada, o Metrô-DF faz análises e projeções para se adequar às mudanças econômicas anualmente. Devido à situação de pandemia, em que há potencial diminuição de arrecadação de impostos e de usuários do sistema de transporte público coletivo, os cenários são revistos a cada 15 dias e há reavaliação de prioridades e gastos conforme a necessidade”, completou a Companhia.