Covid-19: após cumprir quarentena, médica do DF reencontra filha
Encontro emocionante entre Natália Kairala e a filha, Maria Eduarda, ocorreu 14 dias após a profissional ser diagnosticada com corononavírus
atualizado
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Em meio a tantas histórias tristes desde o início da pandemia de coronavírus, uma acabou em final feliz. Após ser infectada com Covid-19 e ficar 14 dias isolada, a médica do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) Natália Kairala finalmente voltou a abraçar sua filha, Maria Eduarda, de apenas 5 aninhos.
A pediatra explicou que, no dia 22 de março, passou a sentir dores no corpo. Acreditando serem musculares, foi ao trabalho, mas acabou optando pelo isolamento, depois de sentir que poderia ser uma nova vítima da Covid-19.
Veja o momento do reencontro de mãe e filha:
“Tenho contato com muitos pacientes, mas nenhum que tivesse sido confirmado. Quando estava saindo do trabalho, senti que não passava (as dores). Então, decidi me isolar e deixar minha filha com os avós”, conta ela.
A partir daí, Natália passou a monitorar os sintomas e, no segundo dia de isolamento, realizou o teste, que confirmou a contaminação. Foi aí que ela diz ter vivido um dos períodos mais difíceis da vida.
“A pior parte do isolamento foi ficar longe dela. Eu estava com medo que ela contraísse [o coronavírus]. Ficava sozinha em casa e isso me deixava muito triste. Só podia falar com ela pelo WhatsApp”, lembra Natália, com voz emocionada.
Depois de 13 dias de distanciamento social, a médica realizou um novo exame para constatar que não estava contaminada. Com o resultado negativo, preparou o reencontro com Maria Eduarda, que ocorreu no último dia 5.
“Eu liguei para a avó dela e pedi para não contar que eu iria. Fiquei ansiosa esperando o momento. Quando cheguei, ela ficou me olhando de longe, tentando me reconhecer. Ao ver que realmente era eu, ela gritou ‘mamãe’ e veio correndo”, recorda Natália. “Toda vez que lembro me emociono”, acrescenta.
Vulnerável
Ter passado pela experiência do isolamento também trouxe lições à médica no tratamento de seus pacientes. “Quando falo para um paciente que ele precisa ficar isolado, minha vida continua a mesma. Agora entendo como eles se sentem. O isolamento nos deixa vulneráveis. É necessário, mas precisamos passar por isso”, afirma.