Covid-19: Águas Claras tem ruas cheias mesmo com morte e 67 casos
Durante os últimos dias, a reportagem do Metrópoles flagrou muitas pessoas na cidade descumprindo a recomendação de isolamento social
atualizado
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As duas primeiras mortes pelo novo coronavírus e o avanço de casos confirmados parecem não ter sido suficientes para assustar parte dos moradores de Águas Claras. Nessa segunda-feira (13/04), foi possível observar centenas de pessoas furando a quarentena. Muitos praticavam esportes ou brincavam com crianças em praças e áreas verdes. A maioria sequer usava máscaras.
A mesma movimentação intensa já ocorre ao longo dos últimos dias na região administrativa que ocupa a segunda colocação em número total de pessoas doentes.
Veja imagens de Águas Claras:
Segundo o presidente da Associação de Moradores e Amigos de Águas Claras (Amaac), Román Dario Cuattrin, a ficha “começou a cair de forma dolorosa”.
“Tem gente tratando isso como um debate de ideologias e é uma uma questão de ciência, de fatos”, diz Cuattrim. Segundo ele, apesar dos sucessivos alertas, muita gente tem saído de casa desnecessariamente.
Associação recomenda respeito ao isolamento social:
Ele diz acompanhar com preocupação o desrespeito ao isolamento social e faz um apelo aos vizinhos: “É triste saber que alguém do bairro morreu. Fiquem em casa”.
O representante dos cerca de 105 mil moradores de Águas Claras diz que os órgãos do governo têm feito sua parte para alertar sobre os riscos do coronavírus, mas entende faltar consciência social. “Frequentemente a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar passam orientando.”
“Viver a dor na pele”
O advogado Giovanny Prado dos Santos, 25 anos, confirma que alguns vizinhos parecem não levar a doença a sério. “É notório que muitas pessoas estão na rua, fazendo ginástica, correndo. Também vejo muitos idosos indo a farmácias e ao mercado. É uma realidade muito triste, porque a gente vai precisar viver na pele para acreditar que essa doença existe”, comenta.
O avanço da doença na vizinhança também chama a atenção da arquiteta Rosana Kramer, 50 anos. Mas, de acordo com a residente da região, para parte da cidade, a ficha ainda não caiu. “É vergonhoso ver as pessoas frequentando parques, levando as crianças”, reclama.
O que diz o GDF
Em nota, o GDF diz contar com o bom-senso dos moradores a fim de evitar aglomerações.
“A Secretaria DF Legal informa ainda que não pode restringir direitos individuais, apenas orientar sobre o perigo de aglomerações.”
A pasta também informou que tem contado com o apoio da PMDF, que também desenvolve um trabalho educativo na cidade.
Casos em todo o DF
De acordo com o boletim da Secretaria de Saúde divulgado nessa segunda-feira (13/04), o número de casos do novo coronavírus no Distrito Federal chegou a 641. Há 54 pessoas internadas em decorrência dos sintomas da Covid-19 e 18 pacientes estão com infecções graves.