“Covarde”, desabafa mãe de Evelyne Ogawa, morta pelo companheiro
Vinícius Fernando compareceu à delegacia e informou ter matado a radialista. Ele foi liberado pela polícia
atualizado
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Familiares e amigos de Evelyne Ogawa, de 38 anos, estão reunidos no cemitério Campo de Esperança da Asa Sul nesta segunda-feira (29/3) para o último adeus à radialista. Evelyne foi morta pelo companheiro na noite da última sexta (26) na casa em que morava, em um condomínio em Samambaia Sul.
Vinícius Fernando Silva Camargo, de 30 anos, compareceu à 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia) acompanhado do advogado na tarde de sábado (27) para confessar o crime, mas segue em liberdade.
O clima no velório é de revolta e tristeza. “A dor da mãe que perde uma filha é indescritível. O coração está doendo demais”, emociona-se Lauridete Ishiyama Ogawa, 61 anos, mãe de Evelyne. De acordo ela, a família temia o relacionamento entre os dois e pedia que ela terminasse, apesar de Vinícius nunca ter se mostrado agressivo.
“Meu sentimento no momento é de ódio. Ela cuidava dele, fazia tudo por ele. Ela sustentava a casa porque ele não trabalhava. Até dinheiro para cortar o cabelo ela dava. Por que ele não foi para o canto dele? Podia ter deixado minha filha em paz”, desabafa.
Os familiares pedem para que a imagem do Vinícius Fernando seja divulgada. “Eu, como mãe, já chorei muito a dor de outras mães. Mas hoje eu peço a todos vocês que exponham a cara desse covarde. Tem que pagar por tudo que ele fez”, pede Lauridete.
Eid Hirano, 35, autônomo, primo de Evelyne, conta que a radialista era uma pessoa de grande coração. “Maravilhosa, alegre, nunca destratou ninguém”, resume. “Estamos desconsolados. É revoltante saber que ele ainda está solto”.
O crime
O agressor, conforme ele mesmo contou à polícia, utilizou um fio elétrico para matar a vítima por estrangulamento. Segundo apuração do Metrópoles, a apresentadora manteve um relacionamento com Vinícius Fernando por mais de três anos. Durante o período, a família não tomou conhecimento de qualquer outro caso de violência.
No dia 18/3, Vinícius teria saído de casa e ficado sem dar notícias. A vítima, então, proibiu a entrada dele no condomínio em que moravam. Depois do fim de semana, após uma discussão, a mulher permitiu a entrada do companheiro no prédio.
O crime teria ocorrido poucos dias depois, na noite de sexta (26). Sem notícias, a família se dirigiu até o apartamento no dia seguinte.
O assassino foi até a delegacia e confessou o feminicídio na tarde de sábado. O delegado de plantão e dois agentes da 26ª DP se deslocaram ao local e confirmaram a veracidade da informação.
Segundo a Polícia Civil, como o autor foi quem levou a comunicação do fato à polícia, e acompanhado de seu advogado, “conforme prevê a legislação, ele foi liberado. Logo, não encontra-se detido”.