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Cota para mulheres na CLDF gera embate: “Daqui a pouco tem de índio”

Emenda em Projeto de Resolução pedia percentual de 30% de mulheres na Mesa Diretora da CLDF, mas causou discussão e adiou votação

atualizado

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Homem e mulher conversam apoiados em mesa
1 de 1 Homem e mulher conversam apoiados em mesa - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Deputados distritais entraram em embate, nesta terça-feira (30/4), na votação de uma emenda a um Projeto de Resolução que funcionaria como “cota” para mulheres parlamentares. Apresentada em conjunto pelas quatro deputadas da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), a emenda gerou ampla discussão. “Daqui a pouco nós vamos ter cota de índio, cota de empresário, cota de flamenguista”, criticou Robério Negreiros (PSD) [foto em destaque].

O texto propõe uma mudança nos cargos da Mesa Diretora da Câmara do DF, que rege os trabalhos legislativos, obrigando um percentual mínimo de 30% de ocupação por deputadas mulheres. “Hoje nós temos cinco membros nessa Mesa e não tem uma mulher. Nós temos algumas comissões e o número de mulheres na presidência é muito menor”, destacou Paula Belmonte (Cidadania), defendendo a emenda.

 

Já dois deputados do PL foram contra. “Eu acho que estabelecer cotas de mulheres na Mesa Diretora, ou em qualquer espaço dentro da Casa do povo, que é uma casa de articulação, uma casa política, enfraquece um processo de empoderamento da mulher, onde ela ocupa os seus espaços pelo seu mérito”, avaliou Roosevelt (PL). Thiago Manzoni (PL) chegou a dizer que “esse tipo de diferenciação atrapalha e segmenta”. “E esta não é uma Casa dividida. Nós não estamos divididos, quer pelo sexo, quer pela forma como pratica sexo ou por qualquer outro motivo.”

Robério, após ironizar outras possíveis cotas, pontuou ser a favor de iniciativas desta forma em universidades ou na iniciativa privada. “Agora, em uma Casa política? Onde você não consegue prever como vão ser essas organizações?”, questionou.

Jaqueline Silva (MDB) pediu apoio dos deputados. “Estar ao nosso lado neste momento vai ser, mais uma vez, uma demonstração do respeito não só com as quatro deputadas que aqui estão, mas com todas as mulheres do Distrito Federal.”

Mas não houve consenso na Câmara e a emenda precisou ter discussão adiada. A promessa da presidência da CLDF é tratar do tema na próxima semana, durante a reunião de líderes.

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