Correios funciona no DF em primeiro dia de greve nacional
Entre outras reivindicações, a categoria é contra as mudanças no plano de saúde da empresa
atualizado
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Muitas agências dos Correios funcionam normalmente no Distrito Federal apesar da greve iniciada nesta segunda-feira (12/3) por servidores da empresa em todo o país. A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) informou que ainda não há balanço da paralisação, mas disse que a adesão é maior no setor de entrega, no qual estão concentrados os carteiros.
Entre outras reivindicações, a categoria é contra as mudanças no plano de saúde da empresa, que prevê o pagamento das mensalidades pelos funcionários e a retirada de dependentes dos contratos. “Além disso, o benefício poderá ser reajustado conforme a idade, chegando a valores acima de R$ 900 por mês”, informou a Fentect, em nota, ressaltando que o salário médio dos trabalhadores dos Correios é de R$ 1,6 mil, “a pior remuneração entre empresas públicas e estatais”.
Em nota, os Correios reconhecem a greve como direto dos trabalhadores, ressaltando que “um movimento dessa natureza, neste momento, serve apenas para agravar a situação delicada pela qual a empresa passa”. O início da greve coincide com o julgamento sobre o plano de saúde desses trabalhadores no Tribunal Superior do Trabalho (TST), também marcado para esta terça (13), referente à última negociação salarial. De acordo com os Correios, o plano de saúde foi discutido “exaustivamente com as representações dos trabalhadores” antes de chegar ao tribunal.“A empresa aguarda uma decisão conclusiva por parte daquele tribunal para tomar as medidas necessárias, mas ressalta que já não consegue sustentar as condições do plano, concedidas no auge do monopólio, quando os Correios tinham capacidade financeira para arcar com esses custos”, diz a nota.
Segundo o secretário-geral da Fentect, José Rivaldo da Silva, entretanto, a empresa gasta hoje 9% da receita com o plano de saúde, o mesmo percentual de 10 anos atrás. Ele explicou ainda que o monopólio postal não garante benefícios aos trabalhadores, mas sim à sociedade, e que os Correios não têm o monopólio de encomendas. “Essa parte de logística e encomendas já é livre mercado”, disse.
Para ele, a empresa não quer discutir a melhoria dos seus processos produtivos e de sua gestão. “Isso é fruto de uma política a ser pensada lá na frente para entregar a empresa pública [à iniciativa privada]”, disse Silva. “É preciso melhorar as atividades. A tendência é crescer o atendimento e as pessoas confiarem mais nos Correios”.