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Corregedoria investiga PMs que empurraram mulher em UPA; eles não foram afastados

Thaise Fernanda dos Santos, 31, foi presa na UPA de São Sebastião. Em nota, PMDF informou que “não compactua com eventuais irregularidades”

atualizado

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Policiais militares seguram mulher no chão de UPA
1 de 1 Policiais militares seguram mulher no chão de UPA - Foto: Reprodução

A Corregedoria da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) abriu investigação para apurar detalhes sobre a prisão da funcionária de serviços gerais Thaise Fernanda dos Santos, 31 anos. Ela foi detida na madrugada da última quinta-feira (6/4), durante uma confusão na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São Sebastião.

Na ocasião, Thaise xingou uma das funcionárias da unidade de saúde, após reclamar do atendimento no local, foi agredida por policiais militares e acabou presa. Na ocasião, a funcionária de supermercado foi empurrada, levou um “mata-leão” de PMs e recebeu spray de pimenta no rosto.

Por enquanto, os policiais envolvidos no caso continuam na corporação. Em nota, a PMDF informou que vai “apurar todos os fatos da ocorrência” e que “não compactua com eventuais irregularidades”.

Veja imagens:

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Caso aconteceu por volta das 4h dessa quinta-feira (6/4)
Funcionária de supermercado recebeu "mata-leão" antes de ser algemada
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Paciente empurrada por policial militar reclamava do atendimento na UPA de São Sebastião

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Caso aconteceu por volta das 4h dessa quinta-feira (6/4)

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Funcionária de supermercado recebeu "mata-leão" antes de ser algemada

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Uma paciente de 30 anos, que também estava na UPA, gravou as imagens e foi detida pelos policiais. Em nota, a corporação informou que as prisões ocorreram porque ela “incitava” outros pacientes a “se revoltarem” contra os PMs e que Thaise estava “exaltada”. A Polícia Civil (PCDF) apura o ocorrido.

Mata-leão

Thaise relatou ao Metrópoles que não se lembra da hora em que chegou à UPA de São Sebastião, devido a uma crise de ansiedade que sofreu em casa.

“Eu estava com meu marido e meu filho. Sentia muita falta de ar. Quando estou em crise, não consigo controlar meu nervosismo. Um amigo que mora em minha rua parou um carro que passava e pediu para me deixarem na UPA. [Os ocupantes do veículo] eram desconhecidos. Eles me levaram e foram embora”, detalhou Thaise.

A funcionária de serviços gerais faz acompanhamento no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) II do Paranoá, onde trata de quadros de ansiedade, depressão e transtorno de bipolaridade. Há cerca de um mês, Thaise retomou os atendimentos na unidade, que frequentava havia dois anos.

“Com um mata-leão daqueles, ele [o policial] poderia ter me matado. Sou uma pessoa asmática. Estou indignada e não quero que isso se repita com mais ninguém”, lamenta.

Depois da crise que sofreu em casa, Thaise foi levada para a UPA e chegou a desmaiar no saguão de espera. “Nessa hora, uma enfermeira riu em minha cara. Ela ficou rindo, entrei em uma portinha e corri atrás dela. Mas em nenhum momento encostei na servidora”, contou a paciente.

A funcionária de supermercado admitiu que estava alterada, mas contestou a versão de que feriu a funcionária pública. Thaise acrescentou que vai procurar um advogado, para avaliar se deve recorrer à Justiça.

Ligação para a mãe

No dia da confusão, a mãe de Thaise recebeu uma ligação de um funcionário da UPA de São Sebastião, por volta das 3h. “Parecia que tinha algo me avisando que alguma coisa aconteceria”, contou Maria Madalena dos Santos, 69, ao Metrópoles.

Ao chegar à unidade de pronto-atendimento, não imaginava que a presença de policias militares se justificaria pelas atitudes da filha. “Ela [Thaise] deve ter reclamado porque o atendimento foi demorado. Ela tem distúrbio bipolar. Qualquer coisinha faz explodir tudo”, comentou.

Aos ver as imagens da discussão na UPA, Maria disse, aos prantos, que estava arrasada. “Fiquei sem palavras. As pernas acabaram, o peito doeu. E, quando é um filho da gente, sentimos a dor que o filho sente. Ver seu filho ser jogado assim não dá”, lamentou.

Nas imagens gravadas, é possível ver o militar que empurrou Thaise questionar antes da agressão: “Está maluca?”. Outros trechos mostram, também, a paciente reclamar do atendimento e xingar os policiais.

“Está rindo? Vem aqui falar, sua desgraça. Vem rir da minha cara. Eu não faço isso porque eu quero estar aqui. Vocês atendem todo mundo de mau humor, mexendo no celular, deixando o povo esperando”, criticou a funcionária de serviços gerais.

Depois de prender a paciente, o mesmo PM que a empurrou pede que outros policiais a “apaguem” com um “mata-leão”, antes de algemarem Thaise. Depois, os envolvidos na confusão seguiram para a delegacia.

Posicionamentos

Responsável pela administração das 13 UPAs da capital do país, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) informou, em nota, que Thaise “estava alterada”. Ela “agrediu [uma] colaboradora da recepção e, por isso, foi acionada a Polícia Militar”.

“Em nenhum momento houve violência ou má conduta por parte dos trabalhadores do Iges-DF. Ao todo, foram realizados 71 atendimentos nessa madrugada”, completou o texto.

A PMDF comunicou que a prisão ocorreu por “desacato, vias de fato e resistência” e que, segundo os militares que atuaram na situação, uma servidora ficou com arranhões no braço e no pescoço.

O empurrão em Thaise teria sido para “contê-la” e “evitar mais confusão”, segundo a corporação. No comunicado, a PMDF relatou ainda que a paciente teria caído ao chão após se desequilibrar.

E informou ainda que, através da Corregedoria, abriu procedimento com objetivo de apurar “todos os fatos da ocorrência, visto que a PMDF não compactua com eventuais irregularidades”.

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