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Corpo na cisterna: o passo a passo do crime investigado como homofobia no DF

Corpo de Júnior de Souza do Nascimento foi encontrado com marcas de golpes de picareta em uma cisterna no Sol Nascente

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1 de 1 montagem - Foto: Reprodução

Júnior de Souza do Nascimento (à esquerda na foto de destaque) foi morto aos 24 anos, com golpes de picareta, e teve o corpo jogado em uma cisterna no Sol Nascente. Seu assassino é João Mendes da Silva (à direita), que confessou ter matado o rapaz após receber uma “cantada”, segundo as investigações da 19ª Delegacia de Polícia (P Norte).

Denise de Souza, irmã de Júnior, conta que nenhum parente conhecia o suspeito. Segundo ela, é provável que o jovem tivesse contato com o homem apenas por conta do trabalho. Em busca de uma melhor qualidade de vida e conforto para a família, Júnior havia conseguido um novo emprego, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), havia duas semanas.

Confira o passo a passo do crime

Passo 1 –  Câmeras de segurança flagraram o momento em que os dois se encontraram na rua, ainda na noite de quarta (31/5). Nas imagens, inicialmente, o jovem anda por uma calçada e, de repente, para, gesticula e pede para que o indivíduo se aproxime.

Passo 2 – O criminoso atravessa a avenida, os dois conversam e saem juntos do campo de registro da câmera. Os homens teriam ido para a marmoaria, onde o suspeito trabalhava.

Passo 3 – De acordo com o autor, a vítima queria, a todo custo, ter relações sexuais com João e teria se recusado a ir embora do local. Por isso, o assassino teria decidido matar o jovem.

Passo 4 – O homem matou a vítima com dois golpes na cabeça. Ele utilizou uma picareta para matar o rapaz. Em seguida, com a vítima já sem vida, jogou o corpo de Junior em uma cisterna.

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Assassinato choca comunidade do Sol Nascente
Local onde corpo de jovem assassinado foi encontrado
Pedreiro Airton Silva
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Comerciante Márcio César

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Passo 5 – João confessou o crime para o próprio irmão, dono da marmoaria onde o corpo foi encontrado.

Passo 6 – Assustado, irmão do suspeito decide, então, registrar um boletim de ocorrência na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Enquanto isso, o autor confesso do assassinato foge e passa a ser considerado foragido da Justiça.

Passo 7 – Após constatar o crime, a PCDF tenta cumprir o mandado de prisão preventiva contra João no dia seguinte ao crime, quinta-feira (1º/6). Sem pistas, João é considerado foragido da Justiça.

Passo 8 – Policiais civis conseguem encontrar e prender criminoso. Ele fugiu de Brasília e estava escondido em Formosa (GO), município goiano situado a 80km de Brasília. João estava na fila de uma lotérica, esperando atendimento, quando recebeu voz de prisão. À polícia, ele confessa o crime.

Passo 9 – João será encaminhado para a carceragem da PCDF, onde permanecerá preso, aguardando audiência de custódia. O criminoso vai responder pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

Assassinato choca o Sol Nascente

Desde criança, como jovem aprendiz, Júnior trabalhava em uma distribuidora de bebidas no Sol Nascente, perto da casa onde vivia. O suspeito era um frequentador antigo do estabelecimento.

O comerciante Márcio César conta que comprava bebidas frequentemente com a vítima: “Não era um rapaz de confusão, de bagunça. Era uma pessoa que não tem ninguém pra falar nada de mal dele aqui na redondeza do Sol Nascente”.

“A vizinhança fica revoltada. Eu mesmo fico revoltado porque você tirar a vida de um cara trabalhador, não importa a sexualidade dele ou que ele era, o que importa é ele como ser humano e para a população daqui era demais, um trabalhador”, continua o comerciante.

O pedreiro Airton Silva era vizinho de “Juninho”, apelido carinhoso do jovem, e relembra que o rapaz só “conversava sorrindo”. Sobre o suspeito, ele comenta que era um homem que não tinha contato com ninguém: “Se você falasse com ele, mal acenava. [O Crime] Foi um choque muito grande”.

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