Corpo de menino que morreu com suspeita de envenenamento é enterrado
De acordo com parentes, Carlos Abraão, de 6 anos, teria sido envenenado. Sepultamento ocorreu nesta quinta-feira
atualizado
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O corpo do menino Carlos Abraão, de 6 anos, foi enterrado na manhã desta quinta-feira (9/2) no cemitério de Planaltina de Goiás, informaram parentes. A criança morreu no início da semana depois de dar entrada no Hospital Regional de Sobradinho em estado grave. A família suspeita que ele foi envenenado por uma conhecida.
Maria de Carvalho, mãe do menino, lembra que Carlos Abraão era um criança amável e divertida. Agora, ela deseja a divulgação do resultado dos exames comprovando a causa da morte do garoto.
Outros familiares de Carlos Abraão também foram internados, mas com quadro de saúde estável. Maria de Fátima, tia dos meninos, comentou que os meninos vivem juntos em Planaltina de Goiás e todos foram ao hospital com os mesmos sintomas. Para ela, os garotos teriam passado mal depois de comer bolos e doces dados por uma conhecida da família.
Apesar da hipótese de envenenamento, segundo a mulher, os médicos também não descartam outras possibilidades, como dengue ou causas naturais.
Como a criança morreu em Sobradinho, os exames do Instituto Médico-Legal (IML) serão realizados pela Polícia Civil do Distrito Federal. Os resultados serão repassados para a Polícia Civil de Goiás (PCGO), , que apura a possibilidade de envenenamento.
Investigação do caso
O delegado Thiago César, do Grupo de Investigações de Homicídios de Planaltina do Goiás, investiga o caso. Até o momento, ele classifica o caso como “confuso”.
De acordo com o delegado, a polícia trabalha com duas principais linhas de investigação:
- De que o menino morreu por intoxicação, conforme indicam os familiares;
- Ou falecimento em decorrência das condições de vulnerabilidade em que a criança vivia.
“A gente ainda não pode afirmar que foi essa intoxicação que fez ele falecer. A mãe dele parece que já tinha um conflito com alguns vizinhos. Viviam sete crianças numa casa com tios, primos, avós. Então, era, pelo menos, quase duas dezenas de pessoas que moravam no mesmo lote. Por conta da situação de vulnerabilidade, alguns vizinhos os ajudavam com alimentação”, relatou o delegado.
Sobre a suspeita da família de que algum conhecido causou, o delegado afirmou: “Enquanto não enviarem uma prova técnica, uma prova pericial, confirmando uma substância química ali que tenha causado essa intoxicação da criança, a gente ainda não pode afirmar isso”.
Thiago César ressalta que o Conselho Tutelar de Goiás acompanhava as condições das crianças. Algumas delas, segundo o policial, foram transferidas para um orfanato e, posteriormente, voltaram a morar com a família, que vive “em bastante dificuldade”.
Morte de outra criança
João Batista, de 9 anos, é outra criança da mesma família que morreu no mês passado. Os familiares contam que ele tinha os mesmos sintomas do menino morto na quarta-feira.
Inicialmente, eles também acreditavam na hipótese de envenenamento, mas exames médicos indicaram morte por causa natural.
O delegado Thiago César reforçou que, se o laudo cadavérico do segundo menino apontar envenenamento, novos exames serão feitos para averiguar os motivos do falecimento de João Batista.