Corpo de homem é encontrado no Torre Palace Hotel
Local está abandonado desde 2013. Polícia acredita que morte ocorreu às 2h da madrugada e investiga se foi um acidente ou homicídio
atualizado
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O corpo de um homem foi encontrado por homens da Polícia Militar na madrugada deste sábado (12/3) no Torre Palace Hotel. A vítima foi identificada como Alex Alvez Lisboa, de 20 anos. O local, que fica no centro de Brasília e próximo a alguns dos principais cartões-postais da cidade, está abandonado desde 2013.
Uma garota de 17 anos, que dizia ser namorada da vítima, afirmou que, após discutir com o sujeito, ele subiu até o sétimo andar do edifício para tomar rupinol, medicamento usado para dormir, e depois não o viu mais. Segundo a Polícia Civil, testemunhas que estavam no local não souberam esclarecer se o rapaz se jogou de forma voluntária ou se alguém o teria empurrado pelas escadas.A polícia suspeita que o homem era integrante do Movimento Resistência Popular (MRP). Porém, a coordenação do grupo nega o fato. A morte ocorreu por volta das 2h e a suposta namorada do jovem foi encaminhada à delegacia para prestar esclarecimentos.
A vice-governadoria, por meio de assessoria, informou que, até o início da semana, a Procuradoria Geral do DF ingressará com pedido de autorização para que se proceda com a implosão e o cercamento do terreno privado. Ainda segundo o governo, as polícias civil e militar fazem constante monitoramento na região e parcerias com Organizações Não Governamentais devem ser feitas para a reabilitação dos usuários de drogas que habitam o prédio.
Relembre o caso
Fundado em 1973, o Torre Palace Hotel foi o primeiro prédio do Setor Hoteleiro Norte. Hoje, é parte de uma disputa entre herdeiros do libanês Jibran El-Hadj, dono do prédio, morto em 2000. Abandonado desde 2013, quando teve as atividades encerradas, o hotel é abrigo de moradores de rua e usuários de drogas. Desde outubro do ano passado, também é o lar de integrantes do Movimento Resistência Popular, que invadiram o local após serem expulsos do Clube Primavera, em Taguatinga.
Ao todo, cerca de 200 pessoas ocupam o local, que fica em área privilegiada do Setor Hoteleiro Norte, em frente ao Eixo Monumental. Palco de diversas tentativas mal-sucedidas de reintegração de posse, o hotel já foi condenado pela Defesa Civil, que apontou diversas falhas graves na estrutura da construção.
No mês passado, a Justiça determinou o leilão do prédio para pagamento de dívidas trabalhistas, mas a venda foi cancelada devido a questionamentos do Tribunal Regional do Trabalho relativos ao valor do imóvel.
Atualmente, o governo do Distrito Federal busca também na Justiça a autorização para desocupar e implodir o prédio. As disputas dos herdeiros, porém, atrapalham o andamento do processo.