Corpo de enfermeira assassinada no DF é cremado: “Sua luta não será em vão”
Pollyana Pereira de Moura, 35 anos, foi vítima de feminicídio em Águas Claras. O suspeito é o companheiro dela, que cometeu suicídio
atualizado
Compartilhar notícia
Amigos, familiares e colegas de trabalho de Pollyana Pereira de Moura, 35 anos se despediram, neste sábado (1/8), da enfermeira assassinada em um apartamento de Águas Claras.
O velório teve início às 14h30, na Capela 7 do Cemitério Jardim Metropolitano de Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. Por volta das 16h30, o corpo da servidora pública do Ministério da Saúde foi levado, sob aplausos, ao crematório do cemitério.
Cartazes fixados na porta lembravam da importância do distanciamento em função do risco de contágio pelo novo coronavírus e pediam silêncio durante a cerimônia.
Durante a despedida, colegas de trabalho de Pollyana vestiam uma camiseta branca com a foto da vítima e a frase “Sua luta não será em vão” estampada.
Como o Metrópoles mostrou, Pollyana estava em processo de mudança definitiva para o apartamento do cirurgião dentista Fabrício David Jorge, 42. Ela morreu no primeiro dia na nova residência. A principal suspeita é que Fabrício tenha cometido feminicídio e cometido suicídio.
Segundo uma amiga de Pollyana, que não quis ser identificada, a profissional de saúde não morava no local, mas visitava o servidor da Secretaria de Saúde constantemente e passava temporadas no imóvel.
“Meu amado”
Pollyanna chegou a fazer um post em rede social comemorando a recuperação do dentista, que contraiu Covid-19. Na publicação, ela chama o marido de “meu amado“. Os dois foram encontrados mortos dentro do apartamento onde moravam, em Águas Claras, nessa quinta-feira (30/7).
De acordo com a postagem de Pollyanna, foram 10 dias de internação no Hospital Alvorada de Brasília. “Saturação oscilando, febre não cedia, tosse até quase desfalecer e muito cansaço”, escreveu Pollyanna.
Nas fotos, o casal aparece abraçado e também comemorando, junto à equipe médica, a cura da doença. “Eu venci a luta contra a Covid-19” diz um dos cartazes segurados por Fabrício.
O profissional, que estava cedido ao Hospital Regional de Taguatinga (HTT), teria esfaqueado a mulher e cometido suicídio logo depois, com dois cortes, um deles no pescoço.
Estava marcada para essa sexta (31/7) uma consulta d0 casal com uma psicóloga. Ele iniciaria o tratamento com a companheira. A profissional chegou a ligar para os dois no dia do crime para confirmar a consulta, sem saber do caso.